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I SÉRIE — NÚMERO 59

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Viva o 25 de Abril! 25 de Abril sempre!

Viva Portugal!

Aplausos do PS, de pé, do BE, do PCP, de Deputados do PSD e da Deputada não inscrita Joacine Katar

Moreira.

Vamos passar à fase das intervenções das Sr.as e Srs. Deputados e começamos pelos Deputados únicos

representantes de partido.

Tem a palavra o Sr. Deputado João Cotrim de Figueiredo, do Iniciativa Liberal.

Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. João Cotrim de Figueiredo (IL): — Sr. Presidente da República, Sr. Presidente da Assembleia da

República, Sr. Primeiro-Ministro e Membros do Governo, Distintos Convidados, Sr.as e Srs. Deputados: Logo à

tarde, os liberais vão estar na Avenida da Liberdade a celebrar o 25 de Abril.

Queremos celebrar a data em que caiu uma ditadura que fez de Portugal um país que negava todos os

valores liberais. Um país sem liberdade política, em que as vozes discordantes eram perseguidas e

encarceradas. Um país sem liberdade social, em que as escolhas individuais eram motivo de escárnio ou

repressão. Um país sem liberdade económica, com condicionamento a mais e concorrência a menos.

Queremos celebrar uma data da qual ninguém se pode apropriar.

A esquerda sectária, do alto da sua arrogância moral e intelectual, acha que é dona do 25 de Abril. E a

direita ambígua permite-o por falta de comparência. O Iniciativa Liberal diz «presente»!

Logo à tarde, os liberais vão celebrar o 25 de Abril, porque nesse dia foi-nos dada uma oportunidade de

criar um país diferente. Quarenta e sete anos depois ainda não a soubemos aproveitar.

Cada vez mais portugueses estão descrentes na democracia e desconfiam da liberdade. Os mais pobres

sentem que a prosperidade com que lhes acenaram era uma ilusão. Têm razão: a insistência em décadas de

políticas a colocar o Estado no centro de tudo deixaram Portugal na cauda da Europa.

Os mais jovens sentem o desespero de não verem oportunidades para construir uma vida digna em

Portugal. Têm razão: há poucas oportunidades para quem não tem o cartão do partido certo e os salários

médios estão cada vez mais próximos do salário mínimo.

Portugueses de todas as idades sentem que o sistema lhes está a falhar. Têm razão: ninguém é

responsabilizado por atos de incompetência, negligência ou compadrio, enquanto a justiça é lenta e parece

estar sempre ao lado dos poderosos.

Têm razão: os partidos do costume repartem entre si pequenos e grandes poderes, tão atrativos em

tempos de maná financeiro da Europa, e fogem do escrutínio sempre que podem.

Têm razão: o acesso universal à saúde é só um acesso universal a intermináveis listas de espera e a

educação, que deveria ser o principal elevador social, transformou-se numa burocracia promotora da

mediocridade.

Têm razão: há milhares de milhões para enterrar na TAP (Transportes Aéreos Portugueses), mas «aqui

d’El-Rei» que não há dinheiro quando se trata das funções essenciais do Estado ou de baixar o nível recorde

de impostos.

Andamos nisto há décadas e os portugueses percebem que não teremos resultados diferentes se

insistirmos nas mesmas receitas. Por isso, quando lhes dizem «agora é que é, quando passar a pandemia»,

«agora é que é, quando vier a ‘bazuca’», os portugueses não acreditam e pensam que tem de haver outro

caminho.

Têm razão: há outro caminho, esse caminho é o liberalismo.

Logo à tarde, os liberais vão estar na Avenida da Liberdade a celebrar o 25 de Abril.

Os liberais vão estar na Avenida, com a alegria da liberdade reconquistada. A esquerda sectária fica triste.

Os liberais vão estar na Avenida, com um sentido de exigência quanto ao futuro da nossa democracia. A

esquerda sectária resigna-se.

Os liberais vão estar na Avenida, com abertura a todos os que jamais voltariam ao passado da ditadura. A

esquerda sectária exclui.