I SÉRIE — NÚMERO 61
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Afinal, o Governo que nos dizia que estamos nas melhores condições de sempre para enfrentar uma crise
está de mão aberta à Europa. Se o dinheiro não vier, suspeito, Sr. Ministro, que, daqui a três meses, nem o
senhor será ministro, nem António Costa será Primeiro-Ministro.
O Sr. Ministro teve, há pouco o desplante de dizer ao Parlamento que conseguiu fazer um plano sem aumento
global de impostos. Sr. Ministro, 60% do preço final que pagamos dos combustíveis são impostos; somos o
segundo país da Europa com o gás mais caro por causa dos impostos; e somos o quarto país da Europa com a
eletricidade mais cara por causa dos impostos. É preciso desplante para chegar a esta Assembleia e dizer «nós
conseguimos um milagre sem aumentar impostos». Não conseguiu, Sr. Ministro. Conseguiu à custa dos
portugueses, que todos os dias se veem mais atolados em impostos para pagar a quem não quer fazer
absolutamente nada. Esse é o País que temos.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Queira concluir.
O Sr. André Ventura (CH): — É um País que paga para distribuir, que aumenta impostos para pagar a quem
não quer fazer nada, que paga e vai gastar milhões em habitação social a quem nunca pagou uma renda na
vida e a quem nunca trabalhou na vida.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem de concluir, Sr. Deputado.
O Sr. André Ventura (CH): — Esse é o resultado da vossa política socialista.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado Fernando
Anastácio.
O Sr. Fernando Anastácio (PS): — Sr. Presidente, Srs. Ministros, Srs. Secretários de Estado e Srs.
Deputados: De facto, há alguns Deputados que, nesta Câmara, têm uma relação muito difícil com a verdade.
Temos de os compreender e vamos colocá-los no sítio certo.
Aplausos do PS.
Hoje, e ouvindo a intervenção do PSD, congratulamo-nos com a preocupação evidenciada com a
necessidade de uma estratégia de cariz social. Contudo, quero recordar-lhes que chegam a este desafio 10
anos atrasados, mas são bem-vindos.
A nossa única preocupação é identificarmos qual o PSD que está a falar connosco, se este, que hoje está
preocupado com a questão social, ou se o de amanhã, que vai repetir as palavras do seu líder de há um tempo,
que estava contra o aumento do salário mínimo nacional. A dúvida é esta, e é por isso que a credibilidade não
é muita.
Sr.as e Srs. Deputados, a estratégia social está presente em todos os documentos estratégicos do Governo
e claro que tem reflexo no Programa de Estabilidade 2021-2025, particularmente com a preocupação no
combate ao desemprego. Aliás, os números do INE de hoje mostram, precisamente, os resultados do combate
ao desemprego e também as previsões de crescimento do desemprego já para o próximo ano, o que mostra,
significativamente, o resultado das políticas sociais do Governo.
A resposta do Governo tem tido sempre um forte pendor social. E cito os apoios transversais que foram
reforçados e outros que foram criados extraordinariamente ou traduzidos nos apoios substanciais às políticas
ativas, que estão expressos no PRR. Esta linha, Srs. Deputados, contrasta com a orientação que o PSD, na
anterior crise, promoveu, porque, então sim, houve corte nas prestações sociais e no combate à desigualdade.
Portanto, esta é uma linha que nos demarca e que, nesta crise, difere das respostas que houve na crise anterior.
Aplausos do PS.
Srs. Deputados, defender o investimento público é necessário, fica bem e é justo. Mas autoridade moral ao
PSD para falar de investimento público é algo que vos falta. Todos recordamos as políticas de austeridade do