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13 DE MAIO DE 2021

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apoio para vencermos de um modo solidário esta crise. E assim continuaremos, de modo solidário, a vencer

esta crise!

Aplausos do PS.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Logo agora que os liberais tinham largado as camisas de folhos!

A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Em nome do PSD, tem a palavra o Sr. Deputado Ricardo Baptista Leite.

O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro, como acaba de reconhecer, a pandemia da COVID-19 está, de facto, a dar origem a uma pandemia social.

Temos uma economia nos cuidados intensivos que não está apenas a gerar o inevitável desemprego, ou

seja, não estão apenas pessoas a perder os empregos, o emprego está a ser destruído.

Com o desemprego advém a pobreza, tantas vezes envergonhada: há famílias inteiras que eram da classe

média, que nunca viveram com dificuldades e que, hoje, não sabem como é que vão honrar os seus

compromissos, como é que vão alimentar os seus filhos.

A procura de apoio junto dos bancos alimentares está a crescer e as organizações sociais têm cada vez

mais pedidos de ajuda, seja para assegurar apoios às crianças, seja para garantir o acompanhamento dos

mais idosos e dependentes.

Ter a economia nos cuidados intensivos gera o medo das pessoas, o medo de cada pessoa: medo de

perder o emprego, medo de não voltar a conseguir um emprego, medo de não conseguir garantir que a sua

família tenha o que precisa, medo de um futuro incerto.

Sr. Primeiro-Ministro, têm sido meses, de facto, muito duros. Perdemos, para a COVID-19 e para outras

doenças, milhares de portugueses, pessoas que deveriam estar entre nós. Há famílias que perderam o avô, a

avó, por vezes até os dois, os tios, os pais, as mães. Todos perdemos alguém nesta guerra, uma guerra que

ainda não terminou e que também tem brutais consequências para a saúde mental de cada um.

É evidente que os profissionais de saúde estão exaustos, mas não só: mais profissionais estão em situação

semelhante. Pensemos nas forças de segurança, nos operadores logísticos, nos maquinistas de comboios,

nos condutores de autocarros, nos funcionários de supermercados, e tantos outros, mulheres e homens, de

norte a sul, que mantiveram este País a funcionar, que não baixaram os braços, mas que estão,

inevitavelmente, esgotados.

Há, também, os que sofrem de forma menos visível. É o caso de cada português, de cada cidadão que se

viu forçado a ficar meses a fio confinado, muitas vezes sem ter condições para tal; ou o caso de cada criança,

sobretudo as mais novas, algumas das quais nunca viram a cara do professor, por este ter estado sempre de

máscara; ou, ainda, o caso dos jovens adolescentes que, estando na idade para voar, se veem presos em

casa, sem poder estar com os amigos, sem poder namorar, sem poder conhecer o mundo.

As consequências para o bem-estar e para a saúde mental de todos são brutais e, até certo ponto,

imprevisíveis. Como País, temos de fazer mais do que estamos a fazer, temos de fazer mais do que reagir.

Sr. Primeiro-Ministro, temos de atuar com sentido de urgência para retirar a economia dos cuidados

intensivos e proteger as pessoas que estão mais vulneráveis, mais frágeis e a viver com medo do dia de

amanhã. Temos de salvar o País!

Para isso, de forma pragmática e assertiva, tudo o que está ao nosso alcance deve ser feito para salvar o

verão e preparar o inverno. É preciso salvar o verão e preparar o inverno!

Salvar o verão e preparar o inverno passa por acelerar a vacinação o mais depressa possível. Hoje, o País

confia na liderança logística assegurada pelas Forças Armadas, que devem continuar a ter todo o arsenal

possível e necessário para completar a sua missão.

Salvar o verão e preparar o inverno passa por garantir que as empresas possam voltar a abrir em pleno e

beneficiar do turismo. Mas somos dos países da União Europeia com mais empresas em risco de falir. Por

isso, salvar o verão e preparar o inverno passa também por garantir que as empresas tenham a liquidez

necessária para se adaptarem a este novo mundo pandémico e pós-pandémico, para pagarem as dívidas e

abrirem as portas.