13 DE MAIO DE 2021
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Pois nós vamos entregar, ainda nesta semana, uma exposição mais detalhada à PGR, para ver se a PGR,
também em 15 dias, resolve o problema do Novo Banco. Bem fora, bem fora!
Aplausos do PSD.
Mas, Sr. Primeiro-Ministro, a auditoria do Tribunal de Contas trouxe-nos uma surpresa. Não é «afinal havia
outra», mas é afinal havia mais! E o mais é: para lá dos 3,9 mil milhões de euros, vai ter mais 400 milhões de
euros de obrigações convertíveis, ou poderá ter, e mais 1,6 mil milhões de euros de dinheiro público. O total já
não é, portanto, 8,8 mil milhões de euros, mas 10,8 mil milhões de euros.
Srs. Deputados, 10,8 mil milhões de euros é mais de 80% daquilo que o Estado recebe anualmente de IRS
(imposto sobre o rendimento das pessoas singulares) pago por todos os portugueses e é muito mais do que o
Estado recebe anualmente de IRC (imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas) de todas as empresas
que operam em Portugal. É muito mais do que isso.
Assim sendo, Sr. Primeiro-Ministro, vou perguntar-lhe o seguinte: é verdade que, para lá dos 3,9 mil
milhões de euros, ainda temos de pagar mais estes 2 mil milhões de euros? E, se sim, no que respeita aos 1,6
mil milhões de euros, a pergunta que lhe faço é esta: isso é para capital, ou seja, o Estado vai ficar também
acionista do Novo Banco para lá do Fundo de Resolução e do Lone Star, ou é um subsídio a fundo perdido
para o Novo Banco, a exemplo dos que, até à data, foram dados?
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Rui Rio, verifico, enfim, com alguma surpresa, que confia mais na evolução fisiológica das galinhas do que na Procuradoria-Geral da República. Mas, enfim,
cada um tem as suas convicções.
Aplausos do PS.
Relativamente à questão que colocou, peço apenas que lhe seja distribuído o comunicado feito pelo Banco
de Portugal, que esclarece bem a distinção entre os mecanismos de capital contingente e estes mecanismos
que não são de subsidiação, mas de participação em capital do Estado, não tendo, portanto, qualquer
correlação com o mecanismo de capital contingente.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Continua no uso da palavra o Sr. Deputado Rui Rio. Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. Rui Rio (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, portanto, a resposta, sem ter sido dada, é sim. E, sim, quer dizer que, para lá de tudo isto, ainda podem ir mais 2 mil milhões de euros para o Novo
Banco. Esta é que é, na verdade, a resposta.
Aplausos do PSD.
Portanto, vou dizer uma coisa, que, no início, é igual ao que disse o Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, mas,
depois, no fim, é diferente: os capitais próprios do Novo Banco, quando os senhores o venderam, eram de 4,5
mil milhões de euros, depois de o Novo Banco ter recebido 4,9 mil milhões de euros. Portanto, os capitais
próprios não chegavam sequer ao dinheiro que já lá tinha sido metido a fundo perdido. Depois, vieram dar
mais 3,9 mil milhões de euros e, agora, mais 2 mil milhões de euros.
E agora digo aquilo que eu dizia ainda antes de ocupar o cargo que ocupo hoje — antes de ser Presidente
do PSD —, mas que volto a dizer: mais valia que tivesse ficado na posse do Estado. É que, na posse do