23 DE SETEMBRO DE 2023
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Esta diretiva introduz duas alterações relevantes, que é a possibilidade de constituição de sociedades de registos sucursais e da apresentação de documentos e informação integralmente online e também a necessidade da adoção de normas em matérias de inibição de administradores, bem como o intercâmbio entre Estados-Membros.
Por isso, esta iniciativa tem objetivos positivos que se traduzem no combate à corrupção, a situações de fraude e até uma maior transparência.
Não deixa de ser curioso que o Chega — esta extrema-direita parlamentar — aproveite este momento… O Sr. Pedro dos Santos Frazão (CH): — Extrema-direita? Extrema ignorância é o que o Sr. Deputado tem!
Extrema ignorância política! O Sr. Pedro Anastácio (PS): — … em que a legislação europeia traduz um caso em que Portugal é líder e
está quase duas décadas à frente desta desmaterialização para dizer que estamos atrasados. Ou seja, quando temos uma posição de liderança, a extrema-direita consegue dizer que estamos atrasados
e ainda diz «para que se perceba lá em casa». Assim se percebe, de facto, como consegue mentir, com facilidade, a extrema-direita.
Vozes do PS: — Muito bem! O Sr. Pedro Anastácio (PS): — Nós verificamos que Portugal, como dizia, cria sociedades online desde
2006, com, inclusivamente, a Empresa na Hora, em que se fazia este processo numa hora e, depois, com a Empresa Online 2.0, em que o processo se faz em 10 minutos. Repito, o que era antes feito numa hora hoje faz-se em 10 minutos, e temos hoje mais de 244 000 empresas criadas por esta via.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — São os 50 minutos que fazem toda a diferença! O Sr. Pedro Anastácio (PS): — Queria responder à preocupação do Bloco de Esquerda, que, no fundo, diz-
nos que uma coisa é nós podermos querer combater as situações de fraude e situações abusivas… O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Fale na AT! O Sr. Pedro Anastácio (PS): — … e outra coisa é querermos fazer este combate e desvalorizarmos
instrumentos que também são positivos para outros objetivos do País. Isso aí é ser um pouco populista, mas vimos que o Sr. Deputado está confortável com a intervenção que fez.
Protestos do BE. A Iniciativa Liberal demonstrou a sua concordância e conseguiu falar de uma série de coisas que não tinham
nada a ver, como o combate ao estatismo, ao socialismo, a tudo o mais, e ainda meteu o Ministério da Defesa a meio e teve a possibilidade de fazer quase uma espécie de «vejam lá, que isto aqui não é um excesso liberalizante», ou seja, mostra que já tem essa preocupação, e é bom ver que incorpora isso no discurso político.
Quanto ao PSD, ao PCP e ao PAN, os partidos que foram mais construtivos neste debate, quero dizer que, no fundo, partilhamos algumas preocupações. O PSD falou-nos de ser uma iniciativa relevante e da necessidade de termos uma regulação clara e eficaz que até procure responder aos pareceres que foram emitidos, em particular o da CNPD, e falou-nos da preocupação do tipo de bases de dados, dos prazos da inibição associados à decisão e das destituições, bem como do tempo de conservação destes dados.
Tudo isto parece-nos importante e, como também foi dito pelo Partido Comunista Português, é um trabalho em que teremos abertura para desenvolver e para ir além em sede especialidade, indo até ao encontro destes pareceres.
O Sr. Rodrigo Saraiva (IL): — Não há especialidade!