31 DE OUTUBRO DE 2023
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Por isso mesmo, Sr. Primeiro-Ministro, vamos mudar, também aqui, a morada? É a pergunta que lhe deixo.
Quanto à proteção animal, o número de abandonos de animais continua a escalar — sabemos que são já
mais de 42 000 — e, no entanto, temos lutado, ao longo dos últimos anos, para reduzir o IVA dos serviços
médico-veterinários e também da alimentação dos animais de companhia. Sei que é um tema a que também é
sensível, pois tem lá em casa, pelo menos, dois animais de companhia, que, certamente, agradeceriam que
esta medida…
O Sr. Primeiro-Ministro: — Três!
A Sr.ª Inês de Sousa Real (PAN): — Três! Fico satisfeita por saber que já aumentou o agregado familiar,
que também agradeceria que baixasse o IVA da alimentação.
O Sr. Pedro Pinto (CH): — Agregado familiar?!
Risos do Deputado da IL Rui Rocha.
A Sr.ª Inês de Sousa Real (PAN): — Por isso, pergunto-lhe se está disponível para aliviar a fatura das
associações e das famílias com animais de companhia, porque na pecuária já aliviou. E, portanto, se já aliviou,
pergunto à porta de quem é que esta fatura vai bater, mais uma vez.
Por fim, Sr. Primeiro-Ministro, no que respeita ao ambiente e à conservação da natureza não vimos aqui uma
coerência. Continuamos a ser pouco ambiciosos nas metas da conservação da natureza e no cumprimento, por
exemplo, do PRR, e não há medidas efetivas para a proteção do lobo ibérico, que está cada vez mais ameaçado;
para a proteção da Serra da Lousã; para a construção de painéis fotovoltaicos, que destroem completamente
valores ambientais; ou para as Alagoas Brancas, que também são destruídas.
Por isso, pergunto-lhe: o que é que vai fazer para proteger os habitats e que verbas é que vamos conseguir
inscrever neste Orçamento?
Sr. Primeiro-Ministro, trago-lhe um envelope muito simples,…
A oradora exibiu o envelope que mencionou.
O Sr. Pedro Pinto (CH): — Olha o ambiente!…
O Sr. Bruno Nunes (CH): — Isso é gastar papel à-toa!
O Sr. Rui Rocha (IL): — Faz um desenho!
A Sr.ª Inês de Sousa Real (PAN): — … porque, em especialidade, o Sr. Primeiro-Ministro vai poder optar.
Ainda vamos a tempo e, portanto, pergunto-lhe: o Governo — que vai poder preencher a morada — vai
escolher onerar as famílias ou vai escolher onerar quem mais polui e lucra?
Está nas suas mãos e é muito simples, Sr. Primeiro-Ministro. Na votação final, na generalidade, vai poder
dizer aos portugueses a quem é que, afinal, quis estender a mão: às famílias e às pequenas empresas ou
àqueles que já andam a lucrar à custa da asfixia das famílias.
O Sr. Bruno Nunes (CH): — Isso não é papel reciclado!
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Inês de Sousa Real, agradeço-lhe a sua
predisposição para podermos discutir na fase da especialidade, e, portanto, deixarei para essa fase as questões
que colocou. Mas, efetivamente, quanto à escolha a que se refere, já a fizemos, à partida, no Orçamento.
Aos 2000 milhões de euros de redução do IRS, entre 2015 e 2022, e aos 1000 milhões de euros de redução
do IRS, em 2023, o Orçamento do próximo ano acrescenta 1500 milhões de euros de redução do IRS, em 2024,