I SÉRIE — NÚMERO 18
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Aplausos do PS.
Sr. Primeiro-Ministro, ainda na intervenção que me antecedeu, assistimos a uma coisa extraordinária, que foi
uma referência ao IVA zero, matéria ou medida que nem sequer foi acompanhada por um voto favorável por
parte do PPD/PSD. Lembro-me do que disse o líder da oposição no dia seguinte à entrada em vigor desta
medida. Foi visitar estabelecimentos de comércio a retalho para dizer que essa medida não teria qualquer
impacto junto dos portugueses.
Aplausos do PS.
Agora, dizem uma outra coisa extraordinária: que este Orçamento do Estado para o próximo ano provoca ou
promove um brutal aumento de impostos. Sr. Primeiro-Ministro, insisto na ideia de que aquilo que o PPD/PSD
diz não se escreve, nem se pode escrever.
O que é mais dilacerante é o PSD não ter compreendido a nossa estratégia de desenvolvimento económico
e social desde o final de 2015, uma estratégia baseada no reforço das qualificações, no reforço da inovação,
mas em emprego, emprego, emprego. Mais e melhor emprego! Emprego com mais direitos e mais bem
remunerado!
Desse caminho, o Partido Socialista não se afastará porque é essa a sua matriz de intervenção em relação
às políticas públicas.
Aplausos do PS.
Sr. Primeiro-Ministro, há uma outra nuance muito importante, que tem a ver com o balanço dos oito anos de
governação. É algo que, muito frequentemente, é suscetível de interpretações e de narrativas por parte da
oposição à nossa direita. Por isso, permita-me que diga aqui, neste debate do Orçamento do Estado na
generalidade, que o Partido Socialista tem muito orgulho nas políticas públicas que têm sido levadas a cabo por
este Governo…
Aplausos do PS.
… e tem muito orgulho num Orçamento do Estado que faz jus a esse caminho de progresso, um Orçamento
do Estado que aumenta salários, aumenta pensões, diminui o IRS, reforça o investimento e o Estado social, e o
investimento em particular no Estado social, e mantém um ritmo e uma trajetória de contas certas.
Sr. Primeiro-Ministro, o PSD não percebeu a nossa estratégia baseada em emprego, emprego, emprego. E
não percebeu algo que já aqui hoje foi evidenciado. Só uma economia que não fosse saudável, só uma economia
que estivesse doente, só uma sociedade que estivesse a passar por um momento de regressão é que, num
contexto de aumento dos rendimentos, não traria, associado a esse aumento de rendimentos, um aumento da
arrecadação dos impostos indiretos. E isto é totalmente diferente de se dizer que o IVA aumenta.
O Sr. Carlos Guimarães Pinto (IL): — Não vai de 0 para 6?!
O Sr. João Torres (PS): — Não, o IVA não vai aumentar no próximo ano, mas é justamente por aumentarmos
os rendimentos que teremos melhores condições para investir no Estado social.
A direita não compreende, joga com as palavras e já hoje aqui disse — e repetiu! — que estamos a aumentar
os impostos. Pergunto-lhe, Sr. Primeiro-Ministro: porque é que a direita não compreende a nossa estratégia de
desenvolvimento económico?
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para um pedido de esclarecimento em nome do Grupo Parlamentar do Chega, tem a
palavra o Sr. Deputado Pedro Pinto.