24 DE NOVEMBRO DE 2023
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Temos o registo para uma intervenção a cargo do Sr. Deputado Duarte Pacheco, do Grupo Parlamentar do PSD. Tem a palavra, Sr. Deputado.
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados,
lamentavelmente, não está aqui o Sr. Ministro das Finanças, porque gostaria de lhe colocar uma questão, olhos nos olhos, mas, oportunamente, é certo que ele receberá esta informação e haverá oportunidade de ele poder responder pelo seguinte: Sr.ª Ministra, nós já ouvimos aqui uma lista de anúncios, quer da bancada do Partido Socialista, quer quando a Sr.ª Ministra fez a intervenção, dizendo o que é que vão fazer agora, ao fim de oito anos de governação. Mas também é interessante explicar que de anúncios está o inferno cheio e o nosso País também: médicos de família para todos, esqueçam; creches para todos, esqueçam; baixar impostos, mas aumenta a carga fiscal; investimento público, só com uma lupa é que se encontra, porque nunca executam aquilo que prometem.
Portanto, anúncios há muitos, mas há um em concreto em que, num ato de grande generosidade minha, resolvi acreditar. No dia 25 de junho, o Sr. Ministro das Finanças, numa entrevista a um canal de televisão, afirmou, e passo a citar: «O Orçamento para 2024 será o primeiro Orçamento em muitos anos que não terá cativações.» E eu digo: «Oh pá! O homem acordou — aleluia! —, finalmente não temos cativações.» E o Sr. Ministro dizia porquê: porque queria um Orçamento mais verdadeiro, mais transparente, em que se discutisse aquilo que são os orçamentos reais de cada ministério. Portanto, fiquei com grande expectativa. Qual não é o meu espanto quando vejo o título do artigo 3.º — Cativações. E digo: «Oh, Nossa Senhora, nem aqui ele consegue cumprir uma promessa!»
Aplausos do PSD. Protestos do Deputado do PS Eurico Brilhante Dias. E agora, pergunto: mas o que é que fez o Sr. Ministro das Finanças dar a cambalhota? O que é que o fez
dar esta cambalhota? Diz o Sr. Ministro: «Não, o poder deixou de estar nas Finanças, passou a estar em cada ministério», mas vem a UTAO (Unidade Técnica de Apoio Orçamental) e diz: «Sabe que isso aumenta a ineficiência do Estado, sabe que isso aumenta os custos dentro de cada ministério, para se analisar cada procedimento?» E também não foi isso que o Sr. Ministro disse. Ele não disse que ia abrir mão do poder que tinha e que o ia dar aos seus colegas. O que ele disse foi: «É o primeiro Orçamento sem cativações. Leiam nos meus lábios: o primeiro Orçamento sem cativações», mas o que temos é um Orçamento com cativações.
Por isso, faço um apelo ao Partido Socialista: já que vão revogar algumas normas deste Orçamento, aproveitem e votem também contra este artigo do Orçamento do Estado, para poder fazer a vontade ao Ministro das Finanças e poder dizer aos portugueses que, pelo menos uma vez na vida, podem acreditar nas palavras do Governo.
Aplausos do PSD. Caso contrário, quando entrarmos em campanha eleitoral, aquilo que as pessoas vão perceber é que
promessas há muitas, mas concretizar aquilo que se diz, por parte do Governo e do Partido Socialista, é zero. Aplausos do PSD. O Sr. Presidente: — Passamos agora à apreciação do artigo 8.º — Alterações orçamentais. Está inscrita para uma intervenção a Sr.ª Deputada Patrícia Faro, do Grupo Parlamentar do PS. A Sr.ª Patrícia Faro (PS): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra, demais Membros do Governo, Caras e Caros
Deputados, a violência contra as mulheres e a violência doméstica é uma grave violação dos direitos humanos e uma forma de discriminação com impacto não apenas nas vítimas, mas também na sociedade no seu conjunto. Por isso, precisamos de continuar a reforçar as despesas, e este Orçamento é disso exemplo, porque continuamos a efetuar as alterações necessárias para assegurar as despesas inerentes à prevenção e à