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I SÉRIE — NÚMERO 22

22

O Sr. Tiago Estevão Martins (PS): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados, as creches

gratuitas foram — ou, melhor dito, são — uma das muitas vitórias da convergência à esquerda.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Foi uma vitória para vos convencer!

O Sr. Tiago Estevão Martins (PS): — Foram uma vitória, porque são um instrumento fundamental no

combate às desigualdades, mas fundamentalmente porque são um apoio essencial para as poupanças das

famílias.

O Sr. Miguel Cabrita (PS): — Muito bem!

O Sr. Tiago Estevão Martins (PS): — Mas, quando avançámos para esta proposta, para este alargamento,

sabíamos da dificuldade da tarefa a que nos propúnhamos. Sabíamos que, para isso, para prestarmos este

serviço, era necessário trabalharmos em colaboração com os setores social, solidário e privado.

Dito isto, temos de reconhecer que, neste caminho, se criou um efeito indesejado: as creches públicas, que

eram, muitas vezes, as creches mais baratas dos seus municípios, passaram a ser das creches mais caras, por

insuficiência legislativa. E a verdade é que esta situação criou uma realidade inaceitável com a qual nenhum de

nós pode conviver. Prejudicou as instituições públicas que tinham oferta pública de creches como resposta social

— que, aliás, temos o dever de incentivar —, mas fundamentalmente prejudicou as famílias.

Foi o caso das creches dos municípios, mas foi também o caso das creches das instituições de ensino

superior, como o caso da creche da Universidade de Lisboa, da creche da Universidade Nova de Lisboa ou

mesmo da creche dos Serviços de Ação Social da Universidade de Coimbra, que celebrou, este ano, o seu 50.º

aniversário.

É por isso que o que hoje aqui votamos é, pela mão do PS, também um esforço de humildade de, tal como

diz a legislação atual, com as necessárias adaptações, darmos resposta a estas instituições já existentes e que

estas creches passem a funcionar em situação de igualdade com todas as outras, continuando a servir as

comunidades que já serviam, podendo usar as vagas sobrantes de que dispõem para adicionar a capacidade

de resposta social de creches existentes e aumentar o número de vagas disponíveis em creches para todos.

Para que possamos dar mais um passo fundamental nesta medida, importa que façamos a nossa parte. E

se, neste ano de 2023, já votámos, nesta Casa, um projeto de resolução, também pela mão do PS, para

resolvermos esta mesma situação, hoje corrigimos finalmente esta grande injustiça, com efeitos no início do ano

eletivo de 2023-2024.

O Sr. Miguel Cabrita (PS): — Muito bem!

O Sr. Tiago Estevão Martins (PS): — Sr.as e Srs. Deputados, creches gratuitas para todos, um caminho que

nos orgulhamos de ter iniciado e que, com a força da esquerda concluiremos, por um País mais justo e solidário.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — O Sr. Deputado tinha um pedido de esclarecimento, mas já não tem tempo para

responder. Pergunto ao Sr. Deputado José Soeiro se mantém o pedido.

O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Sim, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: — Faça favor, Sr. Deputado José Soeiro, do Bloco de Esquerda.

O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Sr. Presidente, Sr. Deputado, a situação que temos hoje na organização

das creches e do programa Creche Feliz, de acesso às creches gratuitas, é, de facto, aberrante, porque o Estado

financia o setor social, o setor privado não lucrativo, para que possa haver acesso a creche gratuita no setor

privado não lucrativo. O Estado passou a financiar o setor privado lucrativo, para que possa haver acesso a