I SÉRIE — NÚMERO 22
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A Sr.ª Jamila Madeira (PS): — Sr. Presidente, Srs. Secretários de Estado, Sr.as e Srs. Deputados, um dos
pilares deste Orçamento do Estado é a prossecução de uma política de reforço de rendimentos.
Assim, esta proposta de lei segue a linha dos últimos anos e visa criar caminhos para aumentar o rendimento
disponível das famílias, sobretudo das mais vulneráveis. Para servir este propósito, a política fiscal é essencial.
Só utilizando corretamente a política fiscal é que poderemos ter um eficaz instrumento de redistribuição justa da
riqueza e de reforço dos rendimentos das famílias.
O Sr. Miguel Cabrita (PS): — Muito bem!
A Sr.ª Jamila Madeira (PS): — O PS desagravou fiscalmente a classe média desde que chegou ao Governo,
através do fim da sobretaxa, através do desdobramento do IRS ou da implementação de medidas como o IRS
Jovem, e através de apoios vários ao aumento do rendimento das famílias, com o reforço do abono de família,
a garantia para a infância, a substituição do coeficiente familiar pela dedução fixa por filho e o reforço do mínimo
de assistência.
Aplausos do PS.
Neste Orçamento do Estado para 2024, voltamos a reduzir o IRS. Assim, para 2024, temos mais uma redução
das taxas de IRS até ao 5.º escalão, beneficiando deste modo todos os agregados familiares.
Promovemos o reforço da implementação de medidas como o IRS Jovem, isentando de tributação o primeiro
ano de trabalho e reforçando as taxas de isenção nos anos seguintes.
O Sr. Miguel Cabrita (PS): — Muito bem!
A Sr.ª Jamila Madeira (PS): — Inovamos. Este será o primeiro ano em que os jovens licenciados ou mestres
receberão o reembolso de 679 € ou 1500 € para apoiar o início da vida profissional. Isto é, na realidade, um
estímulo, com a devolução da propina da licenciatura ou do mestrado, visando fixar no nosso País mais e
melhores quadros — na prática, os nossos melhores quadros.
Propomos mais deduções à coleta e mais aumento do rendimento disponível das famílias, com mais justiça
social.
Reforçamos este caminho com propostas de alteração do Grupo Parlamentar do PS, como o aumento à
dedução da coleta de encargos com rendas de estudantes deslocados de 300 € para 400 €, como o aumento
do limite da dedução em sede de IRS de despesas de arrendamento, consagrando a possibilidade de deduzir,
em sede de IRS, os encargos com o pagamento da retribuição de serviço doméstico, entre outras medidas.
O Sr. Miguel Cabrita (PS): — Muito bem!
A Sr.ª Jamila Madeira (PS): — Sr.as e Srs. Deputados, factos são factos. Na verdade, faltavam 20 dias para
se iniciar o debate deste Orçamento do Estado quando a direita decidiu trazer a debate neste Plenário medidas
para ludibriar os incautos. Alegavam à época — berravam efusivamente — que os partidos à direita queriam
baixar os impostos. No entanto, nenhuma medida foi apresentada nesse momento.
Sabíamos já que, para o PSD, a redução do IRS nunca foi uma prioridade. Apesar de agora tender a mascarar
isso, não engana as portuguesas e os portugueses quando alega que quer baixar a taxa de IRS até ao 8.º
escalão, como anunciou este fim de semana o seu líder.
O Sr. Miguel Cabrita (PS): — É verdade!
A Sr.ª Jamila Madeira (PS): — O seu caminho não é o de baixar o IRS, não é o de aliviar as famílias. O que
temos de mostrar é que o PSD votou sempre contra todos os Orçamentos do Estado do PS que previam redução
de impostos, nomeadamente do IRS. Por isso, se fosse mesmo como dizem hoje, tê-lo-iam feito ao longo de
todos estes oito anos e teriam com isso conseguido aliviar os impostos das famílias.