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I SÉRIE — NÚMERO 22

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da média da União Europeia e de 71,8 % da zona euro. Isto devia deixar-nos completa e permanentemente

preocupados, nesta Câmara, que não é o que fazemos, mas devíamos fazer.

O que está em causa nesta proposta é criar um claro incentivo à produtividade, um prémio fiscal aos

trabalhadores, reduzir a ganância fiscal do Estado e devolver mais liberdade aos portugueses.

Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, termino com o desejo sincero de que o Partido Socialista tenha um

momento de lucidez e vote a favor desta proposta do PSD. É um desejo que provavelmente não será realizado,

mas mantenho essa esperança.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (Adão Silva): — Para uma intervenção, pelo Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda,

tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados,

há uma injustiça fiscal no nosso País…

O Sr. Carlos Guimarães Pinto (IL): — Só uma?!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — … e o debate sobre o IRS é apenas a ponta do icebergue dessa injustiça

fiscal.

O Sr. Carlos Guimarães Pinto (IL): — Isso é verdade!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — A direita e o Partido Socialista consideram que os grandes sacrificados

no esforço fiscal do País devem ser os trabalhadores. É por isso que o peso do IRS nas receitas fiscais é tão

elevado e é por isso também que os impostos indiretos são tão elevados, pois é sempre — sempre! — aos

trabalhadores que é pedido o maior dos esforços.

Sobre esta injustiça fiscal, nem o Partido Socialista nem a direita mudam o essencial, que é exigir aos grandes

grupos económicos, à elite económica do País que paguem a sua quota-parte.

Vozes do BE: — Exatamente!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Isto porque, quando o País fica mais rico, eles continuam a fugir ao

pagamento de impostos sobre essa riqueza. E quem é que é sacrificado? Os trabalhadores.

Vemos o que é que acontece nessas escolhas fiscais: para residentes não habituais, que são pessoas que

têm rendimentos muitíssimo acima da média nacional, o PS quer manter a borla fiscal para 2024 — a direita

agradece.

A direita e o Partido Socialista mantêm os pagamentos do IRC em mínimos históricos, enquanto o IRS

continua a ser um sacrifício para os trabalhadores, e sobre essa matéria há um debate de fundo que não é feito

aqui.

Há propostas várias — o Bloco de Esquerda também as tem —, mas uma abordagem estrutural para acabar

com esta injustiça em que são sempre os trabalhadores a pagar a fatura, enquanto os ricos, os grandes grupos

económicos, fogem a esse pagamento, não existe nas outras bancadas. Creio que é isso que falta neste debate

orçamental.

O PS tem um conjunto de medidas sobre as quais a direita dirá que não agradam muito, mas que votará a

favor. A direita tem um conjunto de medidas inspirado nas medidas do PS. E, no final, até o aumento do IUC

(imposto único de circulação), que era o grande malvado que a direita queria atacar, o PS meteu ao bolso, e já

não vai aumentar.

Protestos da Deputada do PS Maria Antónia de Almeida Santos.