I SÉRIE — NÚMERO 23
22
O Sr. André Ventura (CH): — É tão falso isso!
A Sr.ª Inês de Sousa Real (PAN): — No entender do PAN, este regime tem de ser revogado, porque é um
dos responsáveis pelo aumento incontrolável dos preços da habitação no nosso País, em particular em cidades
como Lisboa, Porto e Algarve. Mas também não nos podemos esquecer de que se isto é publicidade enganosa,
é-o exclusivamente por culpa do Partido Socialista.
Não podemos, contudo, deixar de falar de outra publicidade enganosa, pois se para o regime do residente
não habitual há esta abertura e esta latitude para o manter, apesar dos seus custos, depois, não há a mesma
abertura para a revisão efetiva dos escalões do IRS para as famílias e para aliviarmos a carga fiscal de quem
mais precisa. Aqui continuamos a esbarrar na narrativa das contas certas, de que não há dinheiro público, sendo
que o Governo continua a rejeitar este tipo de medidas.
Mas o PSD não faria diferente,…
A Sr.ª Rita Matias (CH): — E o acordo na Madeira?!
A Sr.ª Inês de Sousa Real (PAN): — … porque não tem estado, de facto, ao lado das famílias, por exemplo,
quando votámos algumas das propostas que o PAN tem apresentado para a classe média, nomeadamente,
para redução de impostos em matérias que efetivamente poderiam fazer efeito para os eleitores.
O PAN, evidentemente, acompanhará a proposta feita para o fim do regime dos residentes não habituais.
Estamos muito longe do salário médio europeu. Veja-se, aliás, o seguinte: a própria função pública, mesmo
que seja aumentada em 3,2 %, vai pagar apenas menos 26 € de IRS por mês. No caso de um trabalhador do
privado, falamos de um aumento de 5 % do salário médio, o que perfaz apenas 7 € por mês. Isto não vai trazer
qualquer tipo de enriquecimento ou crescimento consolidado para o País a médio e longo prazo.
O que tem faltado, claramente, é uma visão e uma reforma estruturadas para o País, que nos permita crescer
e desenvolver de forma sustentável, quer do ponto de vista social, quer do ponto de vista ambiental, mas, acima
de tudo, do ponto de vista de uma economia verdadeiramente justa e sustentável.
O Sr. Presidente: — Passamos agora ao artigo 150.º — Alteração ao Código do Imposto sobre o Valor
Acrescentado.
Tem a palavra o Sr. Deputado André Ventura, do Grupo Parlamentar do Chega.
O Sr. André Ventura (CH): — Sr. Presidente de algumas bancadas, Caros Colegas, estas propostas de
fiscalidade, no dia de hoje, deviam ser muito claras: melhorar a vida dos portugueses e diminuir os custos
associados.
Aquilo que aconteceu com a eletricidade em Portugal é verdadeiramente assustador. O PS quer um novo
regime de tarifa social e, por causa disso, vai aumentar o custo da eletricidade a grande parte da classe média.
O Sr. Pedro Pinto (CH): — É verdade!
O Sr. André Ventura (CH): — A esta mesma classe média, que já não consegue pagar a prestação da casa,
que já está atolada em impostos, que vai continuar a pagar mais pela eletricidade. O Chega propõe, por isso,
que a taxa reduzida do IVA na eletricidade seja aplicada sem as exceções que o Partido Socialista criou em
termos de potência e em termos de duração temporal.
O Sr. Pedro Pinto (CH): — Muito bem!
O Sr. André Ventura (CH): — Esta é uma medida justa, quando nos encontramos num dos momentos mais
difíceis da vida dos portugueses.
Claro que o mesmo regime que nos levou a apresentar estas propostas está também focado nos bombeiros.
Continuamos a penalizar os nossos bombeiros na compra de equipamentos e viaturas que são para nos ajudar,
a todos, a combater os incêndios que todos os anos fustigam este País.