I SÉRIE — NÚMERO 23
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O Sr. Duarte Alves (PCP): — A verdade é que esse enorme aumento de impostos, a que ainda há pouco se
referia um Deputado do PSD, foi feito pelo PSD quando aumentou o IVA da energia de 6 % para 23 %. E, nessa
altura, o Sr. Deputado André Ventura até estava no PSD.
Aplausos do PCP.
O Sr. André Ventura (CH): — E então?!
O Sr. Duarte Alves (PCP): — Depois foi o PS que não quis reduzir novamente a taxa de IVA para os 6 %, e
aí também teve mão amiga do PSD, que não quis aprovar as propostas que poderiam ter feito com que a energia
voltasse a ter o IVA a 6 %.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Essa é que é essa!
O Sr. Duarte Alves (PCP): — A energia é um bem essencial, deve ser tributado como tal. A proposta do
PCP não é em relação a mais ou menos potência contratada — como faz a proposta do Chega ou outras
propostas que aqui vimos —, é mesmo para baixar o IVA da eletricidade e do gás natural para os 6 % de onde
nunca devia ter saído.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: — Passamos agora ao artigo 158.º — Alteração ao Código do Imposto sobre Veículos,
tendo a palavra o Sr. Deputado João Cotrim de Figueiredo, da Iniciativa Liberal.
O Sr. João Cotrim Figueiredo (IL): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados,
esta avocação feita pela Iniciativa Liberal é um bocadinho bizarra, porque na verdade nunca devíamos ter
sentido necessidade de apresentar esta proposta de alteração ao Orçamento. Isto já devia estar resolvido há
meses!
Estamos a falar de quê? Estamos a falar de uma cobrança de ISV (imposto sobre veículos) sobre veículos
importados na União Europeia que é ilegal, que não devia existir.
Há muitas, muitas razões para votar a favor desta proposta de alteração. Qualquer uma delas seria suficiente
do nosso ponto de vista, mas ontem, na COF, o que é que tivemos? Votos contra do PS, como é costume, do
PCP, também como é costume, e abstenções do Bloco, do PAN e do Livre — para corrigir uma coisa que já
sabemos que vai ser, mais tarde ou mais cedo, corrigida pelas instâncias internacionais.
O Sr. Duarte Alves (PCP): — Vai?!
O Sr. João Cotrim Figueiredo (IL): — É uma medida ilegal, porque é similar àquela que já foi considerada
ilegal e que vigorou até 2021. É uma medida que defenderia os contribuintes portugueses que estão a pagar
mais por carros importados do que o que precisavam de pagar; é uma medida que evitará litígios custosos ao
Estado e uma via-sacra judicial às pessoas.
É uma oportunidade — já agora, permita-me dizer isto, Sr. Deputado Eurico Brilhante Dias — de o PS mostrar
que não vota só a favor de propostas da oposição que sejam de estudos.
O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Não! Votamos coisas boas!
O Sr. João Cotrim Figueiredo (IL): — É uma oportunidade de mostrar que vota a favor de coisas que têm
algum conteúdo e que, neste caso, corrigem ilegalidades.
O que é que se passou? Havia uma situação ilegal e o Governo, um bocadinho à «chico-esperto», decidiu
corrigir isso no Orçamento, em 2021, para que a componente ambiental e a componente de cilindrada do ISV
tivessem desvalorizações diferentes. Era para ver se baralhava as nossas instâncias europeias, mas não
baralhou nada, porque já houve dois casos decididos a favor dos contribuintes no CAAD (Centro de Arbitragem