I SÉRIE — NÚMERO 26
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O Serviço Nacional de Saúde está a falhar clamorosamente aos portugueses. Faltam médicos nos hospitais e centros de saúde, e muitos deles estão cada vez mais desmotivados com as péssimas condições de trabalho a que estão sujeitos no Serviço Nacional de Saúde.
E fica aqui um alerta: a ansiedade nos utentes do SNS e nas suas famílias deu já lugar ao medo de ficarem doentes.
A incompetência e teimosia ideológica do Partido Socialista estão a destruir o SNS, de cuja paternidade injustificadamente se arrogam, mas do qual são, afinal, os verdadeiros coveiros.
Aplausos do PSD. Quanto à situação financeira do SNS, é evidente descontrolo o SNS ter uma dívida de 2,3 mil milhões de
euros, quase mais 1000 milhões do que quando o Partido Socialista chegou ao Governo. É descontrolo os hospitais EPE terem 770 milhões de euros de pagamentos em atraso, mais 70 % do que no final de 2015.
É descontrolo o SNS acumular uma dívida de 1,5 mil milhões de euros, com prazos médios de oito meses para pagamentos a fornecedores. E acrescem as vergonhosas taxas de execução do investimento no SNS: entre janeiro e outubro deste ano, em 10 meses, o Governo do Partido Socialista apenas — apenas! —investiu 25 % do que orçamentou para a totalidade do ano.
Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, mas se quase tudo corre mal no SNS, já a propaganda do Partido Socialista corre de feição. Fecham as maternidades e a obstetrícia do SNS, e o Governo apregoa a operação «Nascer em Segurança»; as urgências do SNS entopem, e vemos o Governo lançar a operação «vamos de bem a melhor». É preciso ter lata!
Sr.ª Presidente, Srs. Deputados, a governação do Partido Socialista falhou mais uma vez na saúde. O PSD está preparado para assumir novamente a responsabilidade de dar esperança aos portugueses. Queremos um Serviço Nacional de Saúde humanizado, que garanta o direito de acesso a serviços de saúde de qualidade, atempados e com proximidade. Queremos um SNS que valorize os seus profissionais, garantindo-lhes remunerações justas e condições de trabalho dignas. Queremos, acima de tudo, um sistema de saúde moderno, com os vários setores a cooperarem entre si, cada um prosseguindo os seus legítimos objetivos, mas todos orientados para o bem comum.
O Partido Socialista nunca esteve orientado para o bem comum; o Partido Socialista está a acabar categoricamente com o SNS.
A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Peço que conclua, Sr. Deputado. O Sr. Rui Cristina (PSD): — Termino já, Sr.ª Presidente. Tanto na saúde, como no País, é tempo de mudar. Para já, lanço um repto aos governantes do Partido Socialista: vão embora que já vão tarde! Aplausos do PSD. A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — O Sr. Deputado tem um pedido de esclarecimento, mas não tem tempo
para responder. Presumo que a Sr.ª Deputada Sofia Andrade, do Grupo Parlamentar do PS, queira formular, ainda assim, esse pedido de esclarecimento. Faça favor, tem a palavra.
A Sr.ª Sofia Andrade (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo,
Sr. Deputado Rui Cristina, no momento em que somos chamados a debater as questões relacionadas com a saúde da população do nosso País, é de lamentar que o PSD se apresente a debate num registo absolutamente demagógico.
O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Muito bem! A Sr.ª Sofia Andrade (PS): — É demagógico porque, uma vez mais, vem num exercício de maldizer do SNS,
e não é capaz de apresentar uma única medida que verdadeiramente tenha impacto na saúde dos portugueses.