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II SÉRIE — NÚMERO 52

3 — A zona e o modo de intervenção

3.1 — Nos últimos anos, enquanto se verificava a descoberta e o desenvolvimento espectacular, turístico e hoteleiro, de outras regiões como o Algarve e a Madeira, assistiu-se a uma evolução muito menos acentuada na Costa do Sol, que, até então, tinha sido o primeiro centro turístico e hoteleiro do País.

Este facto pode atribuir-se ainda a outras causas, como seja a integração da Costa do Sol na aglomeração de Lisboa, de que é também uma zona de lazer e residencial.

São de todos conhecidas as condições de frequência e de sanidade das praias da Costa do Sol. Estas continuarão a ser factor que não deve ser descurado e muito menos desprezado, mas que não pode hoje ser considerado predominante e exclusivo para o seu incremento turístico.

A Costa do Sol (com destaque para o Estoril, Cascais e a zona da Marinha) tem potencialidades ainda por explorar, e isto conseguir-se-á dotando-a de novos equipamentos que suscitem o convívio cultural, recreativo e desportivo, a nível nacional e internacional, durante todo o ano.

No capítulo seguinte referir-se-ão as obras que se julga poderão ter interesse. A sua realização dará à indústria hoteleira uma possibilidade de exploração mais equilibrada.

3.2 — Antes, porém, deseja a Comissão deixar expresso o facto de a Costa do Sol não dispor de um estudo actualizado que habilite a acautelar devidamente a conservação do que há de valioso em paisagem natural e urbana.

Além disso, nota-se a falta de um plano de desenvolvimento turístico, especialmente no que se refere ao Estoril, Cascais e Marinha, que habilite a utilizar da forma mais apropriada as suas possibilidades.

Finalmente, observa ainda a Comissão que os Planos de Urbanização da Costa do Sol e da Quinta da Marinha —suporte da ocupação física dessas zonas — são documentos antigos, em parte ultrapassados, que carecem de actualização.

A superação destas falhas é, no consenso desta Comissão, prioritária, havendo que promover a actualização do estudo e planeamento desta zona do País, para permitir a definição de uma política que possibilite o seu harmónico desenvolvimento.

4—As obras consideradas

4.1 — Palácio de congressos, exposições, ele. — É uma realização que já vem referida no plano de 1972.

É um estudo elaborado, em 1970, pela Associação Internacional dos Peritos Científicos do Turismo (AIEST) que permite estimar, segundo uma taxa de crescimento constante, que em 1985 se realizarão 34 000 congressos, com 17 milhões de participantes. Entretanto, as estimativas mais recentes, baseadas nos

movimentos já verificados, apontam para aquele ano a realização de congressos com 100 milhões de participantes.

O mesmo estudo mostra que os congressos se concentram em meses fora da chamada «época alta».

Em Portugal não existe nenhum palácio de congressos, e a sua construção no Estoril ou Cascais parece, além de perfeitamente viável, um elemento fundamental de atracção de novas formas de turismo; um tal edifício estaria, também, preparado para a realização de conferências, concertos e espectáculos diversos.

?or isso, se considera como prioritária a sua construção.

Acresce que esta localização se afigura preferível a outra, designadamente em Lisboa.

Preconiza-se a elaboração de um estudo prévio de localização (admitindo como mais provável a do antigo casino), acessos, estacionamentos e enquadramento urbanístico e de um programa da obra e estimativa de encargos para servir de base a um concurso para a escolha de um anteprojecto. A Câmara Municipal de Cascais, de colaboração com a Junta de Turismo da Cesta do Sol, lançará convites para a inscrição de eventuais interessados nesse estudo prévio, de entre os quais serão escolhidos os que irão ser consultados; será nomeado um júri para apreciação das propostas recebidas.

4.2 — A utilização do edifício da Gandarinha, em Cascais. O museu de arte infantil. — Este.edifício foi recentemente adquirido pela Câmara, e tem excelente localização, perto da Fortaleza. Carece de obras de conservação e pode, mediante obras de adaptação interiores, servir a vários fins culturais. Um deles será um museu de arte infantil, que apenas ocupará uma parte do edifício.

Trata-se de uma iniciativa que permitirá alcançar vários objectivos simultaneamente: divulgação cultural, entretenimento dos turistas e promoção da zona.

Com a sua concretização pensa-se poder vir a dispor, num futuro não muito longínquo, de um museu onde seja viável vir a ter representados artistas famosos.

Pela Junta de Turismo da Costa do Sol já foram feitas diligências para conseguir a adesão da Unesco à iniciativa e tudo leva a crer que ela se virá a concretizar dentro em breve.

4.3 — Museu do mar. — O recheio indispensável ao seu lançamento encontra-se disponível, e considera-se de grande interesse sob o ponto de vista de ocupação dos tempos livres dos turistas.

interessa estudar a sua melhor localização, recomendando a Comissão que seja junto ao mar.

4.4 — Museu do automóvel. — Este tipo de museu, completado com peças ferroviárias, será não só uma forma de atracção, como uma forma de entretenimento e animação.

Existem razões para pensar que não será difícil dotá-lo com peças raras e de alto valor sem qualquer dispêndio financeiro.

Interessa estudar a sua melhor localização, eventualmente no Autódromo do Estoril.