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II SÉRIE — NÚMERO 150

Cumpre, pois, informar:

A) Formação da empresa

a) A ORMIS — Embalagens de Portugal, S. A. R. L.. íbi fundada em 1969 pelas seguintes empresas privadas nacionais:

Ramirez Perez Cumbrera e C.a; Sociedade Industrial Setubalense, L.do; Sociedade Mecânica Setubalense, L.**11; SOLIVA — Soe. de Litografia e Vazio, L.da

As unidades fabris foram instaladas em Alcochete para a produção de latas open top (alimentação e be bidas, etc.) e em Matosinhos para latas de peixe por decollage (abertura por chave).

b) Em 1965 a ORMIS estabeleceu um acordo de cedência de tecnologia e de participação no capital social no montante de 30 % com a Metal Box (Ing.), Carnaud (Fr.) e Continental Can Corp. (EUA), empresas líderes no ramo das embalagens metálicas.

c) Em 1973 deu-se a fusão da ORMIS com 3 das accionistas fundadoras, do que resultou um alargamento da actividade da empresa para Santa Iria de Azóia (General Line — latas para tinta e óleos) e Olhão (latas para peixe).

d) Em 1981 a produção da General Line foi transferida para Alcochete, tendo sido vendida a unidade de Santa Iria de Azóia.

e) Em 1982 a empresa abandonou, a produção da General Line em Alcochete, mantendo, no entanto, os aerossóis e pilhas.

/) Assim, e nesta data, a empresa mantém em actividade apenas 3 unidades operadoras, com 687 trabalhadores, assim distribuídos:

Sede em Lisboa ........................... 24

Alcochete [lata para sumos, peixe (alumínio), bebidas, tomate, vegetais, carne, salsichas, aerossóis, cápsulas e fundos de abertura fácil — a fabricação de pilhas está paralisada] ...... 457

Olhão (latas para peixe de folha-de-

-flandres) ................................. 122

Matosinhos (latas para peixe de folha--de-flandres).............................. 84

Total..................... 687

B) Capital

350 000 contos distribuídos pelos seguintes accionistas: Percentagens

Silva e Saldanha ...........................(a) 54,98

Ramirez, Perez, Cumbrera ............... 17,44

Soe. Industrial Setubalense............... 11,61

IPE ........................................... 5,40

Diversos ..................................... 10,57

Total ..................... 1ÕÕ

(a) 40% eram detidos até data recente pela Metal Box Eupe (Holanda).

C) Matéria-prima

Aproximadamente 70 % da matéria-prima utilizada por esta empresa é fornecida pela Siderurgia Nacional.

De 1978 a 1982 o total de fornecimentos feitos pela Siderurgia Nacional foi de: míkiôcs

ác escudos

1978.......................................... 772.3

1979 ................. ........................ 767

1980 .......................................... 1 138.6

1981 .......................................... 1 232,9

1982 .......................................... 1 356.3

Em Novembro de 1983 a ORMIS devia à Siderurgia Nacional a quantia de 793 milhares de contos, débito este causador, em parte, das graves perturbações de tesouraria cora que esta empresa pública se debate.

D) Situação económico-financeira

O principal problema que esta empresa enfrenta 0 de ordem económico-financeira, como poderá verificar-se pelos números que, seguidamente, se registam, extraídos do balanço de 31 de Dezembro de 1982

a) Resultados de exercício:

1977 ................. — 10 901 540$52

1978 ................. + 15 614 754$77

1979 ................. — 36 997 461$59

1980 ................. — 9 201 936S97

1981 ................. — 111 709 681S56

1982 ................. — 26 232 580$49

6) Débitos principais em 31 de Dezembro

Contos

Fundo EFTA .................. 69 896

Banca nacionalizada ......... 493 634

Sector público estatal ...... 39 662

Siderurgia Nacional ......... 793 000

c) Total do passivo .................. 1 584 873

d) Salários do pessoal.................. 326 641

e) Encargos financeiros ............... 362 479

E) Conclusões

a) Os números atrás referidos atestam bem a grave situação em que a empresa se encontra. Com efeito, o que corre risco de encerrar não é a unidade fabril de Olhão, mas sim a totalidade da empresa, caso não seja possível encontrar uma solução que permita inverter uma situação destas.

Uma simples análise dos valores atrás referidos permite verificar que só os encargos financeiros ultrapassam em quase 35 000 contos as despesas com o pessoal, situação esta que, só por si, inviabiliza a empresa.

b) A situação económico-financeira da firma tenderá a agravar-se, por se tornar necessário, sob o ponto de vista técnico e de saúde pública, alterar os fabricos a curto prazo, designadamente nas unidades de Matosinhos e Olhão, que utilizam como matéria-prima a folha-de-llandres. Com efeito, a percentagem de chumbo que entra na composição das embalagens produzidas naquelas unidades terá de ser substancialmente reduzida, o que implicará alteração de maquinaria, com a consequente necessidade de investimentos, o que não estará dentro das possibilidades actuais da empresa.

c) Em Janeiro de 1983 a empresa apresentou no Banco Português do Atlântico uma propositura de contrato de viabilização, sobre o qual a banca ainda não tomou posição.