O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

2384

II SÉRIE — NÚMERO 68

1944 — Morre o proprietário, Dr. Armando Borges de Almeida. Os herdeiros (família Brito) vendem a Quinta ao capitalista Júlio Martins, depois'de delapidarem parte do conteúdo artístico, de entre ele os azulejos hispano-árabes do século xvi, qus forravam os silhares da Capela da Senhora das Misericórdias.

1945 — O proprietário Júlio Martins faz cercar a Quinta do Senhor da Serra com forças da GNR com o intuito de interromper a realização da romaria e acabar para sempre com a maior tradição romeira dos arredores de Lisboa.

1946 — O proprietário Júlio Martins começa a efectuar obras no palácio, mormente no interior, as quais infiectiam na alteração da sua traça arquitectónica. Denunciado aos Monumentos Nacionais, estes embargam a obra, tendente a desfigurar o mesmo.

1947 — Entretanto a Quinta é entregue à exploração agrícola e pecuária de uma empresa, a Sociedade Agrícola Sagrial, L.*0, formada entre os membros da família do proprietário Júlio Martins.

1952 — Com o conhecimento da autarquia local, é levada da Quinta, com destino aos jardins do Palácio de Queluz, uma das fontes decorativas classificadas, a da estátua de Neptuno, obra atribuída a Bernini.

1957 — Continuando a delapidação do conjunto monumental classificado, o proprietário leva para a sua residência, no Campo Pequeno, na Avenida de Óscar Monteiro Torres, 28, os painéis de azulejos de motivos campestres, de fins do século xvni, que ornavam a escadaria do Paço Real.

1965 — Todo o sudoeste da Quinta é objecto de uma intensa exploração de pedreira, entregue à empresa familiar do proprietário Júlio Martins, a Empresa de Serração e Mármores do Pendão, L."1" Surge assim, com a deflagração dos tiros, a ameaça, que viria a ser fatal, para a Ermida do Senhor da Serra.

1971 —Um artigo, «A Ermida Setecentista do Senhor da Serra, um valor artístico de Belas, está a ser destruída por uma sociedade familiar», inserido no Jornal de Sintra, alerta as autoridades para o que está a acontecer com um monumento classificado.

1975:

O vogal Jorge Xavier, numa intervenção em sessão da Câmara Municipal de Sintra, pede para se transmitir à Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais a situação de abandono em que se encontra o Paço Real de Belas.

Dá-se a ocupação do edifício do Paço Real. Nas suas dependências passam a funcionar: 1.° andar: uma clínica de psiquiatria, dirigida pelo Dr. Guilherme Ferreira, do Hospital de Miguel Bombarda, com material fornecido pela Junta de Freguesia de Belas. No rés-do-chão: o Centro Folclórico de Belas, instituição de utilidade pública, e ainda outros organismos.

1977 — A Câmara Municipal de Sintra inicia um processo de expropriação da Quinta. Do livro das actas da Câmara Municipal de Sintra (fls. 148 e 149):

Um grupo de vereadores da Câmara Municipal dê Sintra desloca-se a Belas, à Quinta do Senhor da Serra, a fim de analisar in ioco o conjunto arquitectónico, com vista a uma possível expropriação e conservação da mesma.

Após a discussão do assunto, a Câmara deliberou por unanimidade concordar com o envio dos processos referidos pelo Sr. Presidente ao Ministério da Habitação, Urbanismo e Construção, para se verificar a possibilidade de concessão de verbas a 100 % para aquisição dos terrenos e imóveis em causa.

1978 — O arquitecto Couto, da Direcção dos Monumentos Nacionais, sobraçando um dossier referente ao problema da Quinta do Senhor da Serra, acompanhado do engenheiro Almeida Garrett e outras entidades, chega a Belas e toma conhecimento in loco da situação do conjunto monumental.

1979:

Forças da GNR procedem, à força, à desocupação do palácio da Quinta do Senhor da Serra, dos organismos que desenvolviam nas suas salas assistência social, cultural e desportiva, contrariando o que o Sr. Arquitecto Vitorino Martins garantiu à autarquia local, «que não pensava em fazer desocupar o palácio, dado o carácter de utilidade pública que tomara o imóvel em causa».

Publicado no Jornal de Sintra um artigo «Para quando a expropriação do Paço Real de Belas? Um imóvel classificado de interesse público», alertando as autoridades para o estado de rápida degradação em que se encontra o palácio.

Os serviços culturais da Câmara Municipal de Sintra contactara com o director do Museu de Azulejos, salientando o estado de degradação em que estão os azulejos históricos do século xvni, da Capela do Senhor da Serra, e sugerem a deslocação ao local de um técnico para a eventualidade de se salvarem os mesmos.

A Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, em carta enviada ao presidente da Câmara Municipal de Sintra, indica que «não se justifica pela sua parte promover a aquisição das próprias construções classificadas, uma vez que estas se encontram protegidas por lei, mesmo quando não propriedade particular».

1981:

A Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais diz, em carta de 4 de Maio de 1981, que o «assunto do palácio de