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II SÉRIE — NÚMERO 38

«Considerando as circunstâncias em que este avião embateu com as casas e o subsequente incêndio de grandes proporções, bem como a acentuada calcinação dos corpos ainda nos destroços, não é surpreendente que alguns fragmentos metálicos, metal fundido, etc, se tenham prendido nos corpos.

Considcra-sc que isso sucedeu durante a desintegração do avião, em que o fogo derreteu a estrutura dc alumínio, e o precesso subsequente de retirar os corpos dos destroços calcinados c desintegrados.

Nolou-se ainda que vários fragmentos de metal fundido estavam aderentes ao vestuário queimado dos passageiros e do piloto. As radiografias tiradas uns dois anos mais tarde não dão, só por si, indícios suficientes da profundidade a que esses fragmentos se encontravam no corpo. Segundo descrição, alguns dos fragmentos foram 'raspados da área da pele'. Em resumo, há uma diferença importante, ao considerar se houve ou não detonação de um engenho explosivo, entre encentrar os fragmentos enterrados ou apenas 'presos' ao corpo.»

b) Por outro lado, informa-se:

A experiência passada mostrou que mesmo o mais pequeno fragmento pode ficar enterrado na estrutura, nas almofadas ou nos corpos, quando projectado pela onda de explosão de uma detonação de um engenho altamente explosivo, cuja velocidade é da ordem dos 8000 m/s. Além disso, não é o facto de poderem estar enterrados, mas, e ainda mais importante, se os próprios fragmentos revelam características topográficas exclusivas que a detonação de um alto explosivo, e apenas um alto explosivo, pode traduzir.

Por exemplo, a detonação de um alto explosivo, tal como RDX, C4 ou TNT, produzirá processos violentíssimos e rapidíssimos que resultam numa série de assinaturas imprimidas aos metais que podem ser identificados concretamente por meio do devido exame. Em geral, quanto mais elevada Cor a velocidade de detonação, mais pequenos serão os fragmentos encontrados. A experiência passada revelou muitos fragmentos desses, profundamente enterrados cm equipamentos ou corpos e que quando recuperados e examinados mediante grande ampliação ou microscópio electrónico, podem muitas vezes revelar características à superfície ou de estrutura que podem provar, sem margem de dúvida, a existência de uma explosão. Resumidamente, em ligas de alumínio e vestígios superficiais de limpeza por gás incandescente, furos ou covas na superfície muitas vezes pequeníssimos e numerosos, arestas dobradas com distorção dc fragmentos. No ferro ou aço, a deformação provocada por explosivos torna-se aparente na microestrutura conhecida como twining (macia). Este sinal inconfundível, comprovado e confirmado em experiências com explosivos e encontrado em aviões sabotados no passado, é uma assinatura comprovativa da passagem de uma onda de choque explosiva através do aço ou do ferro.

Os vestígios acima mencionados, quando surgem em destroços de aviões ou em corpos de vítimas, são considerados uma prova cabal da existência de uma explosão.

c) E declara-se, finalmente:

Tais vestígios não foram encontrados neste caso (Cessna-412A YV-314P).

12— Relatório dos peritos Newton e Mason sobre o vestuário

A Comissão conhecia igualmente o n.° 3.3 do mesmo estudo, referente ao exame do vestuário da tripulação e dos passageiros, efectuado em 29 de Novembro de 1982 no IML, juntamente com o Prof. Mason, no qual se referia:

a) Sintetizando exames:

Todo o vestuário se apresentava grandemente queimado;

Não houve vestígios invulgares, corno, por

exemplo, desfibramento expicsivo ou penetrações - de tecido típicas, conforme seria de esperar se tivesse sido exposto a um rebentamento de explosivo;

Encontrou-se muito carvão, resíduos de produtos queimados e de metal fundido, tudo isso atribuível a ura incêndio de avião;

O exame microscópio dos fragmentos metálicos revelou que todos os fragmentos haviam sido danificados pelo fogo, bem como a existência de metal fundido estático;

Mesmo o pequeno parafuso de aço tinha metal de alumínio fundido no fio da rosca;

O material dos fragmentos era semelhante às amostras de material tiradas dos destroços;

b) Em conclusão:

De todos estes exames e testes pode-se extrair uma conclusão importante: que os fragmentos tinham sido queimados ou fundidos pelo incêndio no impacte antes de ficarem presos ao corpo;

Os fragmentos não eram fragmentos de bomba, nem apresentavam qualquer vestígio de danos atribuíveis à detonação de um explosivo.

1.3 — Conclusões dos peritos

Sabia-se, por fim, que o estudo referido havia concluído que:

a) «Os fragmentos eram de material do avião, sendo produto e consequência do impacte produzido pelo despenhamento e do incêndio subsequente»;

6) «Não havia vestígios de mecanismos explosivos em qualquer dos fragmentos»;

c) «Não foram encontradas quaisquer peças estranhas ao avião»;

d) «Não foram encontradas peças de dispositivo detonador ou de relógio».

A Comissão tomou conhecimento e teve em devida conta os resultados publicados como anexos A e B ao relatório cujo conteúdo essencial e conclusões se citaram relativos aos exames dos fragmentos:

a) Exame óptico preliminar com pequeno grau de ampliação a todos os fragmentos retirados dos corpos após radiografia;