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4 DE FEVEREIRO DE 1987

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b) Exame pormenorizado ao micoscópio estereoscópico, com apoio de microscopio electrónico, com identificação de material por espectro radiográfico, levado a cabo em 30 de Novembro de 1982 no LNETI.

1.4 — O relatório do Prof. Mason

A Comissão conhecia também o quadro de apreciação constante do relatório do Prof. T. K. Mason elaborado na sequência da sua deslocação a Lisboa (27 a 30 de Novembro de 1982), no qual se refere, quanto aos tecidos dos pés do piloto:

Novas radiografias dos pés amputados confirmaram a presença de partículas semelhantes a poeira c foi extraído mais tecido que as continha.

Os tecidos originais foram examinados pelo Sr. Newton, que extraiu espécimes para exame metalúrgico.

Emulsionei o tecido restante e confirmei a presença de partículas semelhantes a poeira no extracto. Considerei ser recomendável enviá-lo para análise metalúrgica, mas pareceu-me muito improvável que um tal exame fosse levado a cabo com êxito. Caso isso suceda, não considero que isso tenha importancia. Em primeiro lugar, examinei o vestuario dos mortos, que continha muito material semelhante a poeira. Em segundo lugar, reconsiderei agora a imagem radiográfica típica do caso de detonação num avião de uma bomba de tipo plástico, que é o único tipo de bomba capaz de produzir resíduos metálicos tão pequenos: estou convencido de que as imagens são dissemelhantes.

Afirma-se ainda, quanto ao vestuário examinado:

O vestuário de cada uma das sete vítimas foi examinado c pode-se declarar que não havia danos indicativos de uma explosão. A aparência era a de um despenhamento, associado a um incêndio. Assinalou-se, em particular, que houve muita contaminação por pó de alumínio comparável àquele que tinha sido examinado nas radiografias.

1.5 — As conclusões do LNETI

Também não poderia a Comissão deixar de tomar como quadro de partida o exame dos fragmentos detectados no cadáver do piloto f. Albuquerque realizado pelo LNETI, em cujas conclusões se refere nao ter sido «encontrado qualquer indício dos que são normalmente considerados como característicos dos efeitos de deflagração de engenhos explosivos», bem como as conclusões do relatório apresentado pelo IML de Lisboa, no qual se refere não haverem sido «identificadas estruturas estranhas às próprias da aeronave (à excepção do fragmento de tijolo e de matérias orgânicas), nem vestígios dos efeitos de deflagração de engenhos explosivos».

1.6 — As dúvidas quanto à natureza dos fragmentos

Na sequência das diligências encetadas no âmbito da 11 CEIAC, que debateu exaustivamente as condições em que foram realizados pelo LNETI c pelo IML

os exames cujas conclusões se transcreveram e que constam integralmente dos autos, a Comissão procurou esclarecer múltiplas dúvidas suscitadas por deputados e representantes de familiares das vítimas, que entendiam:

Que os exames radiológicos teriam revelado «corpos estranhos»;

Que esses fragmentos radiografados, face aos resultados de experimentações realizadas por peritos da sua confiança, não poderiam ser considerados de alumíno, mas sim como elementos de número atómico superior ao do cálcio;

Que a importância desses fragmentos não se relacionaria sobretudo com a sua eventual proveniência de materiais estranhos ao avião, mas antes e principalmente, pelas suas reduzís-simas dimensões e arestas vivas, com a sua localização nas partes moles justaósseas, o que atestaria terem possuído grande energia cinética e com a sua multiplicidade e dispersão, pelo que seriam próprios de um rebentamento;

Que tinham sido parciais os exames realizados pelo LNETI em 23 de Dezembro de 1982 sobre o produto obtido por raspagem da superfície dos calcâneos do piloto forge Albuquerque (amostra H entregue pelo IML em 29 de Novembro de 1982). Os exames teriam incidido apenas sebre uma partícula da amostra, tendo desconhecido o Instituto «as restantes» cuja existência se sustentava;

Essa partícula, sendo em rigor metálica, teria sido qualificada como não metálica pelo LNETI;

Os exames radiológicos feitos por peritos da confiança dos autores após a devolução das ' amostras pelo LNETI já não revelariam ima-

gens radiopacas, apesar de o LNETI asseverar não ter usado técnicas destrutivas, facto suscitador de perplexidade.

1.7 — A amostra H

Tendo a questão relativa à amostra H sido intensamente debatida no âmbito da anterior CEIAC. foi possível localizar nos autos c apreciar os elementos então apurados, designadamente os decorrentes dos depoimentos dos técnicos do LNETI M. Helena Carvalho e H. Carvalhinhos (15." vol./ll CEIAC, pp. 7002 e segs.) e do engenheiro Oliveira Sampaio, responsáveis pelo exame, tendo este último, aludindo à amostra H, considerado, em complemento ao seu depoimento dc 30 de |ulho de 1985 (ofício de 10 de Setembro de 1985):

1 — A preparação e análise desta amostra encontram-se descritas na p. 12 do relatório STM/AT/56/82, de que fui co-autor, como a seguir sc transcreve:

A amostra H é uma partícula negra aue foi montada cm plexiglás e ligeiramente desbastada, relevando a existência, no seu interior, de incrustações aparentemente metálicas. O espectro do material negro revelou a predominância de Si. Ca, Ti e Al e de outros elementos em menores quantidades (Mg, P, S, SI. K. Cr e Fe) (fig. 9). As incrustações metálicas verificou-se serem cons-

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