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18 DE OUTUBRO DE 1994

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outro lado, o consumo de energia eléctrica da indústria, no 1." semestre, aumentou significativamente, em particular nos sectores exportadores.

Como é habitual numa fase inicial' dé retoma, a recuperação da actividade industrial está a ser sobretudo visível no escoamento dos stocks acumulados durante a fase baixa do ciclo. Este padrão, sobretudo visível no escoamento dos stocks acumulados durante a fase baixa do ciclo, é ilustrado no gráfico seguinte:

Gradeo 11.3

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"VER DIÁRIO ORIGINAL"

Assiste-se, portanto, desde meados de 1993 a um esgotar acentuado dos stocks, situando-se o seu nível em Julho de 1994 no ponto mais baixo desde 1989. Este indicador deixa prever a necessidade de acelerar a produção para recompor os níveis normais de stocks, antecipando-se ao reforço da procura interna, esperado com alguns meses de desfasamento.

Estão, pois, a melhorar as perspectivas quanto à evolução da produção da indústria transformadora, como mostra o indicador de confiança, que se mantém em crescimento desde o final de 1993.

Por seu turno, a retoma da procura turística em 1994 é já um facto confirmado no decurso em relação ao período homólogo do ano anterior.

Presentemente, o investimento encontra-se ainda a um nível baixo, também normal no início de um processo de retoma, a julgar pela evolução dos diversos indicadores disponíveis. No que respeita ao investimento em máquinas e equipamento (excluindo material de transporte), a informação qualitativa disponível aponta para uma evolução menos negativa no 2." trimestre de 1994, indiciando alguma reanimação da procura interna por este tipo de bens. Quanto ao investimento em material de transporte, as vendas de veículos comerciais cresceram em termos acumulados cerca de 7 % entre Janeiro e Agosto (12 % para as vendas de veículos comerciais ligeiros).

No que concerne ao investimento em construção, as vendasdecimento mantiveram no 1.° semestre uma variação negativa em termos homólogos. Todavia, a variação homóloga do 2.° trimestre (— 3,3 %) foi já menos negativa que a do 1.° trimestre (—8,8 %).

O abrandamento do investimento privado tem condicio-nado a evolução em alguns sectores de actividade da indústria transformadora e da construção civil. No entanto, o indicador de confiança do INE, relativo à construção e obras públicas, evidencia já um perfil ascendente. Apontam no mesmo sentido os indicadores sobre a evolução da actividade e da carteira àe encomendas na construção e obras públicas.

Por último, no inquérito de conjuntura ao investimento do INE, de Abril último, as perspectivas para a evolução anual desta variável voltaram a ser positivas, o que já não acontecia desde o início de 1992.

Os dados disponíveis para o consumo privado mostram que este se manteve deprimido até ao final de 1993, revelando alguns indicadores de vendas uma inversão da tendencia nos primeiros meses de 1994. No mesmo sentido aponta o inquérito de conjuntura ao comércio a retalho do INE, que evidencia uma recuperação a partir de Abril. Do mesmo modo, os consumos de energia eléctrica de algumas indústrias de bens de consumo revelam crescimentos assinaláveis, nomeadamente nos sectores de alimentação, bebidas, vestuário e calçado e mobiliário.

No domínio da agricultura, e após uma queda significativa da produção nos últimos dois anos, 1994 evidencia, até ao momento, perspectivas de melhoria em algumas produções relevantes com impacte favorável no rendimento dos agricultores.

Em termos globais, o indicador coincidente do Banco de. Portugal que reflecte, de uma forma sintética, o comportamento da actividade da indústria, da construção e do comércio apresentou no 2.° trimestre de 1994 um valor positivo, situando-se já claramente acima do valor mais baixo registado no 2.° trimestre de 1993.

Os elementos disponíveis evidenciam, portanto, que a retoma da economia está a ter um padrão saudável, mas que será lenta e difícil, acentuando-se progressivamente na parte finar do ano, por forma a generalizar-se, gradualmente, aos vários sectores de actividade e a consolidarle em 1995.

No cenário macroeconómico subjacente ao Orçamento do Estado dé 1994, e dentro dos pressupostos nele contidos, previu-se um crescimento do produto no intervalo entre 1 % e 2 %. Os dados de que se dispõe, até ao momento, levam a poder estimar-se um valor para o crescimento do PIB dentro desse intervalo, próximo do limite inferior. Saliente-se, contudo, a dificuldade de elaboração de estimativas fiáveis, face às dificuldades de apuramento estatístico já apontadas.

11.2.2 — Inflação

A economia portuguesa evidenciava no final de 1985, no momento da sua entrada na Comunidade Europeia, uma taxa de inflação de 19,3 %, contra 6 % da média comunitária. Vários países da UE implementaram programas de desinflação no decorrer da década de 80. A Irlanda, Itália e Espanha (e em menor escala a Dinamarca) foram países com histórias mais ou menos longas de inflação que concretizaram tais programas no decorrer da primeira metade da década. Portugal obteve um progresso significativo na segunda metade da década, tendo-se retomado a trajectória de desinflação a partir de 1990.

O País não poderia ter como objectivo participar no processo de integração europeia sem desenvolver uma política de convergência nominal. Aliás, esta era também imposta pela necessidade de corrigir os efeitos perversos da inflação na economia e na sociedade, que distorce a afectação dos recursos e constitui um imposto implícito e inequitativo.