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II SÉRIE-A — NÚMERO I

O mercado de capitais em Portugal é ainda de pequena dimensão, quando aferido pela capitalização bolsista em relação ao PIB. Tem, porém, crescido a uma taxa elevada desde meados dos anos 80, estando a integrar-se rapidamente nos mercados internacionais. Assim, a capitalização bolsista atingiu 16,3 % do PEB em Dezembro de 1993 e 17,2% em Agosto de 1994, mantendo-se, todavia, o mercado accionista ainda longe do seu potencial.

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No mercado está sobretudo representado o sector financeiro (cerca de 55 % da capitalização bolsista). Há importantes sectores de actividade não financeiros pouco representados em bolsa, estando também ausentes muitas das maiores empresas privadas.

A intensificação do processo de privatizações constitui uma das principais vertentes do aprofundamento do mercado de acções, sendo particularmente importante a introdução em bolsa de empresas de grande dimensão vocacionadas para a adopcção de uma política de dividendos estável (CIMPOR, TELECOM e EDP-Pro-dução, entre outras).

Em 1993 verificou-se a recuperação do nível de cotações, invertendo-se, pela primeira vez, a atonia verificada desde o crash de Outubro de 1987, o que está associado ao movimento de descida das taxas de juro que naquele ano se verificou.

Subiu também rapidamente o rácio do .valor anual das transacções de acções em relação ao PIB.

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No mercado obrigacionista, o excessivo peso relativo da dívida pública (95 % do total) deve-se, sobretudo, à insuficiente presença do segmento de obrigações privadas.

O ano de 1993 ficou também marcado por um aprofundamento importante das reformas no mercado da dívida

pública. Como atrás se sublinhou, foi desenvolvido o mercado de OT a taxa fixa, que se tornou o mais activo segmento do mercado secundário global. Neste, de cerca de 1460 milhões de contos de obrigações transaccionadas em 1991 passou-se pára cerca de 3450 milhões de contos em 1993, ao mesmo tempo que o índice de capitalização bolsista das obrigações subiu de 53,6 % para 56,2 %.

A partir do ano em curso as operações a contado passaram a estar concentradas na Bolsa de Valores de Lisboa, na sequência do acordo de especialização pelo qual o mercado de derivados (futuros e opções) será instalado na Bolsa de Valores do Porto, a partir de Janeiro de 1995.

Nos primeiros oito meses de 1994 verificou-se uma considerável dinamização dos mercados bolsistas. Assim, o montante das transacções de acções subiu 76 % em relação ao período homólogo do ano anterior e o das obrigações subiu 77 % nas sessões normais de bolsa. O índice de cotações reflecte, também, uma situação de dinamismo, tendo subido cerca de 15 % entre o valor do final do mês de Agosto e o do mês homólogo do ano anterior.

A dinâmica de crescimento que o mercado revela e o prosseguimento do processo de reformas, bem como o peso dos investidores institucionais no mercado, mostram que estão criadas condições para um bom desenvolvimento dos índices de actividade do mercado e para a sua progressiva internacionalização.

11.2.6 — Alterações estruturais

A economia portuguesa conheceu nos úllimos anos profundas alterações estruturais.

O seu grau de abertura ao exterior tem aumentado significativamente, bem como o peso relativo do comércio intracomunitário. Entre 1986 e 1993, o peso dos países da UE nas relações comerciais de Portugal com o exterior subiu de 58,8 % para 73,4 %.

Também ao nível da estrutura produtiva foram assinaláveis as modificações ocorridas, aproximando-nos do perfil médio europeu.

Assim, no que respeita à contribuição dos vários sectores para o emprego, o peso do sector primário, que era, em 1986, de 22 %, é hoje da ordem dos 11 % (contra cerca de 6 % na UE). Esta alteração foi compensada por um aumento do peso do sector terciário, que, no mesmo período, evoluiu de 45 % para cerca de 56 %, já bastante próximo do valor médio da UE (63 %).

Por seu turno, a repartição sectorial do VAB evidencia também a mutação na estrutura económica: entre 1985 e 1992, o peso relativo do sector primário diminuiu de 8 % para 5 %, tendo o sector terciário aumentado a sua participação relativa de 53 % para 59 %, valor este na vizinhança do que se verifica na UE (60 %).

Estas alterações estruturais globais têm sido acompanhadas por profundas transformações ao nível dos vários sectores da economia: na agricultura, no perfil da indústria, no comércio e distribuição, no sector financeiro e nos serviços em geral.

A agricultura tem passado por uma fase de adaptação estratégica a um novo quadro concorrencial, com reflexos negativos nos rendimentos dos agricultores nos últimos dois anos, para o que contribuíram também factores de natureza conjuntural (dois anos consecutivos de seca).