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0012 | II Série A - Número 006S | 16 de Outubro de 2003

 

Perspectivas para 2004
Em 2004, a economia portuguesa deverá iniciar o processo de retoma económica beneficiando de um
contexto externo mais favorável traduzido na aceleração do crescimento económico mundial e
europeu, na manutenção de baixos níveis de taxas de juro e na descida da inflação influenciada quer
por factores associados à procura quer por factores associados aos custos, como a redução das
pressões dos preços internacionais do petróleo e dos custos unitários do trabalho nos países da área
do euro. O ano de 2004 ficará marcado pelo alargamento da UE a dez novos Estados Membros,
acontecimento de grande relevância política e económica para a UE. O alargamento da União
Europeia, previsto para 1 de Maio de 2004, vai gerar um conjunto de desafios para a economia
portuguesa associados, designadamente, ao aumento da concorrência empresarial e na captação de
IDE, mas também um conjunto de oportunidades associadas à expansão do mercado interno europeu.
A recuperação económica nacional irá igualmente beneficiar das medidas de política que têm vindo a
ser adoptadas quer no sentido de actuar sobre os factores determinantes da competitividade das
empresas quer no âmbito da consolidação orçamental.
Para além de impactos duradouros sobre a oferta, a melhoria do ambiente empresarial, o reforço dos
mecanismos de regulação e concorrência dos mercados, o estímulo à inovação tecnológica e
organizacional, bem como a adopção de uma estratégia de captação de investimento estruturante,
terão repercussões positivas sobre a dinâmica do investimento empresarial, bem como sobre o
potencial exportador da economia. A consolidação orçamental continuará em resultado das medidas
de contenção e racionalização da despesa, prosseguindo-se com a redução do défice ajustado de
efeitos cíclicos. Em termos nominais, a consolidação será menos visível, em resultado da diminuição
do hiato do produto, decorrente da conjuntura económica.
A contenção da despesa pública permitirá criar margem de manobra para uma política fiscal mais
acomodatícia do crescimento económico, através da redução da carga fiscal sobre as empresas,
promovendo assim o crescimento do emprego e do investimento privado. Para além dos aspectos de
carácter financeiro, a transformação qualitativa da Administração Pública cria condições para potenciar
a competitividade e influenciar o sucesso de outras reformas sectoriais.
O PIB português deverá registar, no entanto, um ritmo de crescimento inferior ao da média europeia,
reflectindo a continuação do processo de ajustamento interno. Efectivamente, após os fortes
crescimentos da procura interna verificados na segunda metade dos anos noventa induzidos pela
descida das taxas de juro e por uma política orçamental de cariz expansionista, a procura interna
contribuirá modestamente para o crescimento do PIB em 2004 dado que permanecerá ainda
influenciada pela situação de endividamento das famílias e das empresas.
A perspectiva de recuperação da economia baseia-se assim numa evolução mais positiva do
enquadramento externo com reflexos favoráveis nas exportações, as quais constituirão o motor do
crescimento económico, e também nalguma recuperação da procura interna conduzida
fundamentalmente pelo investimento privado. O consumo privado deverá registar um crescimento
moderado e o consumo público uma nova redução. O emprego deverá apresentar uma manutenção
face a 2003, perspectivando-se