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15 DE JUNHO DE 2023

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8 – Quarto desafio estratégico: sociedade digital, da criatividade e da inovação

O modelo de desenvolvimento ambicionado para o País passa pelo desenvolvimento da sociedade digital,

da criatividade e da inovação. Pretende-se alcançar uma economia e uma sociedade assentes no conhecimento,

em que o crescimento da produtividade se baseia na inovação e na qualificação das pessoas; uma sociedade

inclusiva, que a todos confere competências para poderem participar nas oportunidades criadas pelas novas

tecnologias digitais; uma economia aberta, apoiada no processo de internacionalização das empresas e na

modernização da sua estrutura produtiva.

Esse modelo também reconhece as externalidades positivas dos setores cultural e criativo, do turismo e das

atividades abertas ao consumidor (comércio a retalho, prestação de serviços, restauração e similares). Em

concordância, o desafio estratégico da sociedade digital, da criatividade e da inovação, desenvolve-se em quatro

domínios:

• Economia 4.0.

• Conhecimento, competências e qualificações.

• Cultura.

• Valorização das atividades e proteção dos consumidores.

Depois de em 2022 Portugal já ter atingido um volume de exportações equivalente a 50 % do PIB em 2022,

pretende-se aumentar esta proporção entre exportações e PIB para 53 % até 2030, e atingir um investimento

global em I&D de 3 % do PIB em 2030, com a despesa pública a representar 1,25 % do PIB e a despesa privada

cerca de 1,75 % do PIB. Atualmente, a despesa pública representa 0,65 % do PIB (Setores Estado e Ensino

Superior) e a despesa privada representa 1,04 % (Setor Empresas e Instituições Privadas sem fins lucrativos).

Nos últimos anos foram já dados importantes passos de encontro a estes objetivos, sendo de registar

avanços significativos ao nível da economia do conhecimento. No âmbito da ciência e tecnologia é importante

assinalar que a despesa total em I&D atingiu em 2021 um novo máximo histórico, em Portugal, de 1,68 % do

PIB (crescendo 10 % em relação a 2020), com as empresas a representarem 59 % da despesa nacional em I&D

e 1,00 % do PIB, quando em 2015 representavam 0,58 % do PIB. Foram registados 56 202 investigadores em

2021, equivalente a tempo integral (ETI), mostrando um crescimento de 17 530 investigadores ETI desde 2015,

ou seja, um aumento de 45 % nos últimos 7 anos. O número de investigadores nas empresas aumentou em

2638 ETI, representado um aumento de 12 % em 2021 e de 109 % desde 2015. Estes resultados contribuem

para colocar Portugal acima da média europeia em relação à proporção de investigadores (ETI) por 1000

habitantes.

Apesar da evolução positiva registada nos últimos anos, o investimento em I&D, não atingiu ainda a média

europeia, o que potenciaria a aceleração da transformação estrutural do País em torno de atividades com maior

valor acrescentado. Pretende-se ainda continuar a melhorar a 15.º posição que Portugal ocupa no índice de

digitalização da economia, referencial em que Portugal já se situa acima da média europeia em três das quatro

dimensões – Capital humano, Integração das tecnologias digitais e Serviços públicos digitais.

Neste sentido, torna-se essencial incentivar a adoção, designadamente por parte das empresas, de

ferramentas e instrumentos, e de assegurar os investimentos necessários à adoção de novos modelos de

produção, que incorporem as tecnologias associadas à digitalização e à automação. Se por um lado o índice de

Perfil Inovador (European Innovation Scoreboard) tem apresentado uma dinâmica positiva, o seu valor encontra-

se ainda abaixo da média europeia, tal como a proporção de exportações de alta tecnologia.

Salienta-se o alinhamento dos objetivos deste desafio estratégico com a agenda «Digitalização, inovação e

qualificações como motores de desenvolvimento» constante na Estratégia Portugal 2030 — visando atingir um

crescimento duradouro e sustentável da economia portuguesa, impulsionado pelas qualificações, o

conhecimento, a digitalização, e a inovação — e com os objetivos da UE, no que se refere aos pilares

«Crescimento inteligente, sustentável e inclusivo» e «Transição digital» e ao pilar «Saúde e resiliência

económica, social e institucional».

Os indicadores de contexto associados à sociedade digital, da criatividade e da inovação apresentam-se no

Quadro 18.