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14 DE MARÇO DE 2025

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No que diz respeito ao emprego não se verificam alterações quando considerado de forma agregada,

todavia, existem pequenas alterações setoriais. Por exemplo, verifica-se em 2030 um aumento do emprego no

setor electroprodutor, com a instalação de energias renováveis e setores menos energético intensivos, tais

como serviços. Contrariamente, a indústria transformadora e outra indústria de oferta de energia, como a

refinação, os impactos negativos serão mais marcados no curto prazo, no entanto, os novos setores de oferta

de energia tais como hidrogénio verde e os e-fuels, podem reverter o impacto negativo expectável no setor da

refinação e do gás natural no médio/longo prazo.

Convém salientar que a análise setorial resulta em indicadores muito conservadores, uma vez que, face à

sua natureza, os modelos de equilíbrio geral acomodam de forma muito limitada novos clusters energéticos e

todos os impactos na macroeconomia associados a estes.

Importa também referir que o impacto no PIB não considera os impactos económicos positivos associados

à mitigação das alterações e o custo da inação. De facto, estima-se que os impactos das alterações climáticas

poderão corresponder até cerca de 1 % do PIB da UE já nos próximos anos, atingindo até 2,3 % em meados

do século (EU, 2024)6.

Além disso, importa também referir que os impactos macroeconómicos apresentados apenas refletem as

alterações inerentes ao sistema energético existindo uma série de fatores que podem afetar a evolução da

economia e que não são acomodados no presente exercício, tais como:

i) Criação de clusters/setores produtivos (e.g., biotecnologia azul);

ii) Alterações significativas na produtividade dos setores existentes decorrentes de disrupções

tecnológicas;

iii) Alterações do desenvolvimento económico mundial. Adicionalmente o exercício não considera: i) os

investimentos adicionais em infraestruturas de transporte, e.g., ferrovia, estruturas aeroportuárias;

iv) Investimentos associados à expansão da rede elétrica nacional e infraestruturas internacionais para

exportação de produtos energéticos, e.g., pipeline para exportação de hidrogénio verde.

v) Externalidades negativas ou positivas associadas à transição energética, como impactos no uso do solo.

Assim, e não obstante a devida cautela com que se deverá ter em consideração os resultados obtidos, que

deverão ser entendidos como indicadores do percurso no curto/médio prazo, em termos globais é expectável

que haja um efeito positivo no PIB, resultante de um aumento significativo da eficiência energética e da

descarbonização quase total do sistema energético nacional, alavancado por um crescimento significativo no

investimento e moderado no consumo privado havendo ainda grandes oportunidades para o surgimento de

novos modelos de negócio e criação de novos clusters com potencial para geração líquida de mais emprego,

nomeadamente na:

▪ Produção de energias renováveis; tecnologias de armazenamento e baterias; redes inteligentes;

▪ Cadeia de valor do veículo elétrico (incluindo produção, baterias, rede de carregamento; logística e

serviços conexos associada a mobilidade partilhada e autónoma);

▪ Cadeia de valor da economia do hidrogénio verde e outros gases renováveis;

▪ Reabilitação urbana e tecnologias associadas a melhoria do conforto térmico dos edifícios;

▪ Engenharia de automação;

▪ Cadeia de valor na produção agrícola, incluindo novas tecnologias e agricultura de precisão;

▪ Investigação, inovação e desenvolvimento associado a todas as áreas de descarbonização e transição

energética.

Esta nova visão impulsiona ainda a aquisição de novas competências e impõe a necessidade de

requalificação e formação nos setores e atividades que sofrem maiores impactos, em particular os ligados aos

combustíveis fósseis. Neste sentido, será necessário criar as condições e competências necessárias para uma

transição justa, continuando o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido seja por via da implementação do

Fundo de Transição Justa, como através do apoio à investigação e inovação em pequenas e médias

empresas (PME) no setor das energias renováveis, agroalimentar, turismo e mobilidade sustentável, ou por

iniciativas como o «Programa de Trabalhos e Competências Verdes/Green Skills and Jobs» que tem como