O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

14 DE MARÇO DE 2025

285

comunitário e a nível nacional. Este investimento terá amplo impacto e retorno em todos os setores de

atividade e os co-benefícios serão transversais a toda a sociedade.

A estratégia portuguesa de transição rumo a uma economia neutra em carbono assenta, no médio-prazo,

numa combinação das diversas opções de políticas e medidas acima identificadas, bem como de opções

tecnológicas custo-eficazes modeladas, procurando encontrar sinergias entre as várias opções.

As projeções efetuadas permitam verificar que a descarbonização e a transição energética perspetivadas

são possíveis atingir com as tecnologias atuais, sendo que o desenvolvimento de novas tecnologias no futuro

possibilitará atingir os objetivos definidos de forma mais rápida e eficaz face ao que é hoje estimado.

A descarbonização e a transição energética incentivarão uma profunda e rápida transformação da

sociedade, mais focada nas tecnologias menos emissoras, com consequências em múltiplos aspetos da

economia, do dia-a-dia dos cidadãos e da organização social.

Os investimentos serão, conforme a sua tipologia, partilhados entre as famílias (por exemplo, isolamentos

nas habitações, eletrodomésticos mais eficientes, automóveis elétricos, etc.), as empresas (por exemplo, em

energias renováveis, camiões a hidrogénio, fornos e caldeiras elétricos, etc.) e o Estado (por exemplo,

transporte público elétrico, descarbonização dos edifícios públicos e da frota, assim como o desenvolvimento

de infraestruturas essenciais à transição energética nacional, etc.).

Ao Estado caberá um papel na definição do sistema regulatório, fiscal e de incentivos que proporcionem

sinais claros a longo prazo por forma a facilitar e direcionar os investimentos necessários à transição que se

avizinha e evitar ativos obsoletos e a manutenção de subsídios considerados prejudicais ao ambiente.

De uma forma geral, é expectável que no setor da produção de energia elétrica, a redução gradual do uso

de combustíveis fósseis e o aumento da procura causado pela eletrificação crescente da economia levem à

necessidade de se proceder a investimentos significativos no aumento da capacidade renovável (tendo ainda

em conta que a capacidade existente vai também atingindo o seu tempo de vida útil necessitando de ser

substituída). Antecipa-se assim neste setor que muito do investimento necessário ocorra na instalação de

capacidade solar e comunidades de energia.

Além da capacidade solar, destacam-se ainda investimentos na produção eólica, muito focada numa

primeira fase na eólica onshore, também por via do reequipamento e do sobreequipamento, e posteriormente

em sistemas offshore, procurando-se aproveitar o recurso existente na zona costeira nacional com potencial

para este tipo de tecnologia.

O setor da mobilidade e transportes será um dos que terá uma maior substituição tecnológica e será por

isso o que contará com grande parte das necessidades de investimento, principalmente na presente década,

associadas sobretudo à substituição de veículos quer de passageiros quer de mercadorias. Este elevado nível

de investimento ocorre quer pelo imperativo de reduzir emissões, apostando em novos vetores energéticos,

como por exemplo a eletricidade e o hidrogénio verde, quer pela vida útil relativamente curta dos ativos

envolvidos.

No setor dos edifícios de habitação e de serviços, a maior parte do investimento está relacionado com a

renovação energética do parque nacional de edifícios existentes e a descarbonização dos consumos de

energia, nomeadamente através do reforço da eletrificação, do aumento da eficiência energética dos

equipamentos instalados e da utilização de fontes de energia renovável. De crucial importância são os

investimentos em isolamento dos edifícios, que permitirão simultaneamente o aumento do conforto térmico e

uma redução da necessidade de aquecimento no inverno e arrefecimento no verão, reduzindo os índices de

pobreza energética.

Não é despiciente a relevância do investimento na eficiência e resiliência hídrica dos edifícios com reflexos

ao nível da fatura energética e hídrica, bem como na mitigação do problema crescente de escassez hídrica,

em resultado das secas cada vez mais frequentes.

No caso da indústria, setor onde reside um dos principais polos de necessidade de inovação, os

investimentos estarão associados à transição energética, destacando-se a aposta na eficiência energética,

gases renováveis como o hidrogénio verde e na eletrificação, bem como em processos e práticas circulares e

sustentáveis.

À parte dos investimentos identificados como necessários no sistema energético, há ainda a ter em conta

investimentos a concretizar nos setores da agricultura e florestas e resíduos e águas residuais, os quais são