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14 DE SETEMBRO DE 2016

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Num cenário de capitalização com fundos públicos, o aumento da exposição do Estado ao BANIF seria

parcialmente compensado pela redução imediata das responsabilidades contingentes do Estado por garantias

prestadas (redução imediata na ordem dos 300 milhões de euros).

Da avaliação das várias alternativas, o Banco de Portugal concluiu que a operação de recapitalização pública

do BANIF era, nas circunstâncias prevalecentes, a que melhor assegurava a estabilidade financeira e também

a que implicava menores custos para o Estado.”

“O custo da nacionalização, em 2012, teria sido de 2,7 biliões. Seria maior, necessariamente, do que o custo

da recapitalização.”

“Deixem-me só fazer uma nota: uma nacionalização implica mais do que o dinheiro que injeta, implica assumir

a responsabilidade por tudo o que se segue, o que significa que todas as contingências posteriores eram de

responsabilidade.”; e

Dr. Rodrigo Pinto Ribeiro: “Em setembro e outubro de 2012, a Oliver Wyman apoiou o Banco de Portugal

na avaliação e planeamento de um cenário de contingência para o BANIF, para o caso de a recapitalização

pública não ocorrer.”

“O plano de contingência que apoiámos o Banco de Portugal a elaborar em final de 2012 era uma alternativa

à recapitalização. Foi anterior à entrada de dinheiro do Estado, que entrou em janeiro de 2013. E foi como

cenário de contingência, sendo que o plano a que estava em cima da mesa era a recapitalização do BANIF.”.

4.4.4 Análise do Relatório do Citi

O Banco de Portugal solicitou ao Citigroup uma avaliação independente da adequação e exequibilidade das

medidas contempladas no Plano de Recapitalização do Banif com vista a confirmar a viabilidade futura do Banco.

Esta avaliação foi sustentada no Plano de Financiamento e de Capital remetido pelo Banif no dia 10 de

novembro de 2012, mencionado supra.

O Relatório do Citi data de novembro de 2012 e do mesmo consta uma avaliação do plano em vários

cenários alternativos que têm por base:

1. Um contexto relativamente menos adverso, embora mais conservador do que o apresentado pelo

Conselho de Administração do Banif;

2. Um cenário central;

3. Um enquadramento mais adverso, com base nos quais o Citi apurou um défice de capital de

respetivamente €74 milhões, €168 milhões e €380 milhões.

Vejamos alguns excertos do sumário executivo do relatório:

• Existem riscos de execução material em várias áreas da implementação da estratégia de reestruturação do

balanço do Banif, nomeadamente na venda da carteira de imobiliário e das subsidiárias. Deverá também ser

tomado em consideração a predominância do Banif na Madeira, uma região que se espera sofrer uma recessão

profunda;

• Nos últimos meses as previsões económicas para Portugal foram-se deteriorando significativamente; o que

cria desafios adicionais, nomeadamente ao nível da geração de receitas comerciais, e na qualidade dos ativos

em carteira;

• O plano de negócios do Banif é um exercício credível e, acreditamos, que é o resultado de uma profunda

reorganização do banco - das suas práticas, dos seus valores e da sua estratégia. Contudo, também é

necessário realçar que, em linha com qualquer outro processo de reestruturação, estes esforços apenas

começarão a produzir resultados daqui a alguns anos. É preciso ter em conta que a qualidade das projeções

financeiras decresce com o tempo e que as projeções financeiras têm riscos elevados, sobretudo nos últimos

anos do horizonte de projecção. Acreditamos que o grau de otimismo incorporado em determinadas projeções

é significativo e poderá conduzir a uma previsão inflacionada da rentabilidade em 2017.

• Acreditamos que a administração tem vontade e foco de implementar este plano e de acordo com as suas

estimativas, em 2017 o Banif mostrará níveis aceitáveis de “Return on Equity”, e potencial para ser uma

instituição financeira viável e sustentável. Note-se que somente nos anos finais do período previsto é que os

níveis de “ROE” alcançam um nível aceitável.