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29 DE JUNHO DE 2019

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economias necessárias à modernização dos PNT e de Santa Margarida. A essa estratégia, estava aliado o

contexto económico do país. No entanto, o problema não foi colocado ao poder político, como atestou também

o General Jerónimo, CEME nesse período, e o General Pina Monteiro, Chefe do Estado-Maior-General das

Forças Armadas. Essa geração de economias era sobretudo uma estratégia interna do Exército, tendo em

conta o período de dificuldades económicas que o país atravessava no contexto da troika. Passado esse

tempo, em 2016 concretiza-se o início da modernização dos PNT do ponto vista financeiramente mais

avultado, com a substituição da vedação. O Tenente-General Serafino explica, com detalhe, essa estratégia,

que é indissociável do contexto económico:

«Tínhamos encontrado o financiamento, antes de eu chegar ao Comando da Logística, na altura pelo

Sr. Ministro que estava em funções, em 2014, para resolver um problema, que era um problema também

sério – não sob ponto de vista da segurança, mas sob ponto de vista de dinheiros públicos – que era a

transferência das oficinas gerais de material de engenharia da Ajuda para Benavente. No fundo, de

alguma maneira, foi uma opção que foi tomada antes, primeiro num projeto de transferência que

apontava num valor na ordem dos 36 milhões de euros, salvo erro, depois teve que haver ai

reajustamentos, não se fez uma expansão dos Paióis, reconverteu-se algumas das áreas, mas o projeto

final quando eu chego à Logística este projeto basicamente já estava feito, apontava para um

investimento na ordem dos 13 milhões de euros, com IVA, 16 milhões de euros. O que é certo é que na

leitura que fizemos do estado do mercado da construção civil na altura, que fazendo aquelas obras em

concursos públicos, e com cadernos de encargos apertados efetivamente, que nós íamos conseguir

gerar economias que seriam suficientes para investir num programa de modernização dos Paióis – de

Tancos e de Santa Margarida. E portanto, o caminho foi feito nesse sentido. Nós estamos em plena

troika, os cidadãos e todos nós sentíamos no bolso o problema da crise, portanto, é nossa

responsabilidade gerir da melhor maneira os dinheiros públicos. O que é que se passa aqui, com essa

responsabilidade… Porque ninguém me veio dizer a mim, ou ao General Jerónimo ou a quem quer que

seja, ‘ah não, não, não, isso não há dinheiro para isso’. Não, Não. Nós internamente e com aquela

consciência que tinha e daí vem a minha responsabilidade, de que os paióis não estavam abandonados,

tinham fragilidades, mas não estavam abandonados, que vamos deixar passar 2015, gerar as economias

que podemos gerar num programa de 13 milhões de euros em concursos públicos, para começar a

investir logo em 2016 na modernização dos paióis. E é isso que acontece. Em 2016, e podia não ter sido

em 2016, porque se calhar seria mais correto fazer um projeto global, juntar todo o dinheiro e depois

fazer um concurso público completo para a modernização de uma ponta à outra dos paióis. Mas não.

Fomos e lançámos o início do programa de modernização dos PNT através da substituição da vedação,

logo em 2016.»

O General Carlos Jerónimo, que foi Comandante das Forças Terrestres entre 2012 e 2014 e General

CEME entre 2014 e 2016, corrobora em grande parte o que diz o General Serafino.

Acrescenta que «o orçamento de operação e manutenção do Exército não dá para fazer grandes obras» e

que se vão «resolvendo problemas a pouco e pouco com verbas que nos são alocadas, porque quando

entramos em obras de vários milhões, o Exército não tem esses meios para fazer obras».

Concorda igualmente que «foi decidido que iriamos atacar o problema de Tancos, por partes». Relata,

«primeiro, fazendo a vedação, que era o que estava a ser feito» porque, «as coisas vão se fazendo à medida

que é possível, porque o dinheiro não abunda para fazer obras desta envergadura».

O General Jerónimo aponta ainda o contexto da Reforma da Defesa 2020. Assim, explica que o Governo

em funções na altura «estabeleceu prioridades e uma das prioridades que o Governo estabeleceu era:

mantém-se a componente operacional e reduz-se drasticamente a componente fixa».

Afirma e explica o General Jerónimo que, por exemplo no Plano Geral de Atividades da Direção de

Infraestruturas do Exército para 2014, feito pelo seu antecessor, «podem ver que tudo o que aqui está é para,

perdoem-me a expressão, fazer o jogo de xadrez de movimentar de unidade para unidade, de Norte para Sul

do país e de Sul para Norte». Essa era, segundo atestou, a «primeira prioridade. O dinheiro foi alocado para

isso». Ou seja, explica, «a Escola de Armas, o Regimento de Engenharia N.º 5 de Gaia para Vendas Novas,

acabar com a Escola de Vendas Novas e trazer para Mafra», entre outros exemplos, como o da criação do