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29 DE JUNHO DE 2019

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ao negócio».

Aliado ao conhecimento do material dos paióis está também associada a imagem de degradação das

condições de segurança, «de abandono» e «desleixo» no cumprimento das missões, o que nos remete para o

plano da conivência interna:

«Agora conivência interna, sim, é extremamente fácil, porque a imagem que passou – e volto outra

vez aos comandantes – do serviço nos Paióis de Tancos era de abandono, era de desleixo. Esta era a

imagem que havia e que passava cá para fora! Portanto, é muito possível, quando se começam a ler as

crónicas do que se sabe… Não me revejo nessas afirmações; agora que deve ter havido conivência

deve ser, porque aqueles paióis foram selecionados. Por que é que não foram outros? Eu disse isto na

Comissão de Defesa Nacional logo no início. Então, vão aqueles dois…? Têm 18 paióis e vão àqueles

dois, que são os dois que têm munições de armas ligeiras, que têm uma série de cargas e materiais que

estavam para utilização em instrução, para destruição e por aí fora… Portanto, tem de ter havido

conivência interna.»

O depoimento do atual Diretor da PJ e à data responsável pela UNCT também aponta nesse sentido. O

furto terá sido feito «a partir de fora», e «com o comprometimento de algum elemento interno». É o que foi

possível apurar quer no âmbito da investigação posterior relativa ao achamento do material, e com as

detenções que ocorreram, mais recentemente, a 18 de dezembro de 2018. O Diretor da PJ acrescenta, no

entanto, que quando se fala de «comprometimento», não se refere à hierarquia ou a «toda uma estrutura»,

mas de uma pessoa em concreto.

A suspeita inicial, relacionada com a não realização das rondas e a com a cumplicidade interna de

elementos do Regimento de Engenharia N.º 1, é no entender da Polícia Judiciária, «um assunto que está

esclarecido»:

«É evidente, sem querer diretamente e não me levem a mal, responder à questão, esse é um assunto

que está esclarecido. Portanto, está identificado como é que as coisas se passaram e é evidente que um

crime desta natureza tem que contar com o facto de as rondas não terem sido efetivas, como não

foram.»

2.3 – A fita do tempo/Cronologia dos principais acontecimentos

De acordo com os autos consultados e os depoimentos prestados em sede de Comissão, poderá colocar-

se os eventos do seguinte modo:

28 de junho

No dia 28 de junho às 16h30 é feita a primeira ronda do serviço de 28-29 de junho.

No decorrer da ronda iniciada às 16h30 a intrusão nos paióis 14 e 15 do Regimento de Engenharia N.º 1 é

detetada, entre as 16h30 e as 17h00, por soldados do Regimento de Engenharia N.º 1 que constituíam nesse

dia a Guarda de Polícia aos PNT. Constatou-se aí que as portas dos paióis 14 e 15 estavam arrombadas.

Pelas 17h02 o Comandante da Guarda contacta ao Comandante da Secção de Depósitos do Regimento de

Engenharia N.º 1.

O Comandante da Secção de Depósitos do Regimento de Engenharia N.º 1 contacta o Chefe da Secção de

Logística do Regimento de Engenharia N.º 1 e ao Sargento da UAGME responsável pelos PNT, no sentido de

perceber se havia obras nos paióis 14 e 15. Também foi contactada a Direção de Infraestruturas do Exército.

Todos os contactos referem que os paióis 14 e 15 não estavam a ser intervencionados.

É ordenada pelo Comandante da Secção de Depósitos do Regimento de Engenharia N.º 1 uma conferência

de material, por volta das 17h30. Passado algum tempo essa ordem é revertida, uma vez que a PJM já estaria

avisada da ocorrência.

Foram dadas instruções no sentido de revistar as viaturas que entrassem e saíssem da Unidade, bem

como as viaturas parqueadas nas Messes de Oficiais e Sargentos.