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29 DE JUNHO DE 2019

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«O Sr. Dr. Rui Silva: — Alguma vez informou o Sr. Ministro da Defesa dos contornos da operação?

O Sr. Cor. Luís Augusto Vieira: — Nunca informei o Sr. Ministro da Defesa sobre isso.»

Versão do Major Vasco Brazão:

O major Vasco Brazão afirma não se recordar «exatamente quando» se deslocou ao Gabinete do ex-

Ministro da Defesa Nacional. Julga, no entanto, que «terá sido em novembro», não conseguindo precisar:

«talvez em novembro, princípio de dezembro». Mais adiante, no depoimento, volta a referir que não se recorda

quando se deslocou ao Ministério da Defesa, colocando, no entanto, a hipótese de ter sido ainda em outubro:

«novembro, dezembro… Não tenho presente a data. Até pode ter sido no fim de outubro mas não tenho

presente a data concreta, Sr. Deputado».

O Major Brazão assume que foi ao gabinete do ex-Ministro apenas uma vez, num dos meses por si

identificados anteriormente. De acordo com o seu depoimento, foi «surpreendido pelo Sr. Diretor-Geral», que

lhe telefonou e disse para ir ao seu gabinete. Já no gabinete do Diretor, a conversa é descrita pelo Major

Brazão nos seguintes moldes:

«O Sr. Maj. Vasco Brazão: — Posso dizer-lhe resumidamente que fui surpreendido pelo Sr. Diretor-

Geral que me telefonou e disse para ir ao gabinete dele. Eu fui ao gabinete dele e diz-me: «Brazão,

vamos ao gabinete do Sr. Ministro para o informarmos daquilo que se passou. Redige aí uma informação

que conte (…)» — não pormenorizadamente senão seria uma coisa bastante longa —, «(…) uma

justificação para o facto de eu estar lá como Diretor-Geral e de a Polícia Judiciária não ter sido

chamada». Portanto, foi assim, fui acompanhar o Sr. Diretor-Geral não fosse ele ter alguma dúvida de

alguma questão.

Portanto, não falei com o Sr. Ministro e julgo que até que com o seu Chefe de Gabinete, se troquei,

foram muito poucas palavras, porque ele leu o documento e pronto.»

Acrescenta ainda que escreveu o documento, «mas foi em coautoria com o Diretor-Geral», por ordem

deste:

«O Sr. Jorge Machado (PCP): — Esse documento que entregou ao Ministro é da sua autoria?

O Sr. Maj. Vasco Brazão: — Eu escrevi mas foi em coautoria com o Diretor-Geral.

O Sr. Jorge Machado (PCP): — Por ordem deste?

O Sr. Maj. Vasco Brazão: — Sim, claro.»

Em resposta à Deputada Joana Barata Lopes, do PSD, o Major Vasco Brazão pormenoriza a sua ida ao

Ministério da Defesa, com o então Diretor da PJM, Coronel Luís Vieira:

O Sr. Maj. Vasco Brazão: — Sr.ª Deputada, já não me recordo, sequer, se foi de manhã, se foi de tarde.

Mas estava no meu gabinete e recebo uma chamada, julgo que da D. Alice — que é a assistente do Sr. Diretor

—, a pedir-me para ir lá acima, para falar. Julgo que o Sr. Coronel Estalagem não estava presente, não estava

lá… E eu fui ao Sr. Diretor e ele disse-me: «Brazão, vamos ao gabinete do Sr. Ministro». Eu até lhe disse: «Ó

Sr. Diretor, eu não estou em condições de ir.» Estava em mangas de camisa, estava de ténis, não estava,

digamos assim, com a indumentária para ir falar com o Sr. Ministro, como é devido o respeito. Ele disse-me:

«Não interessa como está, não está de chinelos, pois não? Então venha embora». E, portanto, fomos embora.

Foi assim. Sentei-me — não me recordo se me sentei na secretária dele — a escrever aquilo que

combinámos, não me recordo se ele veio comigo, mas julgo que ficámos lá em cima. Escreveu-se aquilo que

se escreveu e fomos diretamente ao gabinete. Passámos pelo túnel de acesso, que existe da Polícia Judiciária

Militar para o EMGFA (Estado-Maior-General das Forças Armadas), subimos ao sétimo andar, fomos

recebidos, salvo erro, por uma Capitã, ou Major, ou qualquer coisa assim — Capitã, julgo eu. O Sr. General

recebeu-nos, disse-nos que o Sr. Ministro não estava disponível e que podíamos fazer uma chamada

telefónica. O Sr. Coronel disse: «Não, isto é um assunto que dá não para chamadas telefónicas». Ao que o Sr.

General respondeu: «Não, mas liga-se por WhatsApp». E foi o Sr. General quem ligou, via WhatsApp, para o