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II SÉRIE-B — NÚMERO 56

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Sr. Ministro. Não sei onde é que ele estava, se estava em Bruxelas… Julgo que estava mesmo fora do País.

Afirma o Major Brazão que o «Memorando» não corresponde à verdade dos factos, foi nas palavras do

próprio «uma versão dos factos», ou seja, não corresponde à totalidade das diligências que na realidade foram

desencadeadas para recuperar o material militar, e no limite, algumas das diligências descritas no documento

podem não ter acontecido:

«O Sr. Maj. Vasco Brazão: — Vou dizer-lhe, Sr. Deputado: aquilo que nós escrevemos foi uma versão

dos factos, muito semelhante à verdade dos factos, portanto, muito semelhante, mas não é a verdade

dos factos. Da verdade dos factos recordo-me muito bem, agora, aquilo que foi escrito para transmitir a

justificação, disso não me consigo recordar, mas se me derem para ler, leio e vou dizer se é parecido ou

se não é parecido. A questão é essa, porque se me der para ler, eu leio…»

Para completar, acrescenta que efetivamente «está muito a menos e estão algumas coisas que não

aconteceram bem assim», porque o objetivo do “memorando”, na ótica desse elemento da PJM, era justificar a

presença do Diretor da PJM nas diligências para a recuperação do material e a não comunicação dos factos à

Polícia Judiciária:

«A Sr.ª Joana Barata Lopes (PSD): — Quando diz que é muito semelhante à verdade dos factos, o

que é que isso quer dizer? Quer dizer que pôs a menos do que aconteceu, mas pôs a mais do que aquilo

que aconteceu?

O Sr. Maj. Vasco Brazão: — Está muito a menos e estão algumas coisas que não aconteceram bem

assim, porque foi para justificar — foi aquilo que disse — a presença do Diretor-Geral naquele local e a

não comunicação à Polícia Judiciária.»

Assim, de acordo com o Major Vasco Brazão, o que terá sido transmitido por telefone ao ex-Ministro da

Defesa, numa conversa sem pormenores, foi que a recuperação do material não tinha sido feita como

constava do comunicado ao Ministério Público e que teria sido feita por um informador:

«O Sr. Jorge Machado (PCP): — O Sr. Ministro foi informado do quê, em concreto?

O Sr. Maj. Vasco Brazão: — Portanto, telefonicamente foi informado de que a recuperação do

material não tinha sido feita da forma como foi noticiado e comunicado ao Ministério Público e que tinha

sido feita através de um informador. Recordo-me que ao telefone a conversa não foi pormenorizada, foi

simples, e julgo que depois o Sr. Chefe de Gabinete terá transmitido tudo ao Sr. Ministro ou não, não sei.

O Sr. Jorge Machado (PCP): — A conversa foi com o Chefe de Gabinete e não diretamente com o

Ministro?

O Sr. Maj. Vasco Brazão: — Não, a conversa telefónica foi diretamente com o Sr. Ministro — aliás, o

Sr. Diretor nem sequer queria falar ao telefone deste assunto — e foi: que a informação que tinha sido

veiculada publicamente, aliás, através de um comunicado de imprensa, não era a verdade dos factos. O

que tinha acontecido é que tinha sido recuperado o material através de um informador e que a

informação que tinha sido veiculada para o Ministério Público não era a verdade dos factos. Foi isto que

foi dito. A conversa foi rápida. O Sr. General leu o documento e não houve conversa sobre o documento.

Leu-o, não lhe consigo dizer mais nada. Com o Sr. Diretor-Geral também não houve conversa.»

Esclarece ainda, sobre o conteúdo do «Memorando», que as indicações que terá recebido para elaborar o

referido documento foram no sentido de «envolver o menor número de pessoas», sendo que na realidade dos

factos, segundo afirma, terá havido a participação de mais pessoas que não foram mencionadas:

«(…) A indicação que tive, e que foi feita em paralelo com o Sr. Diretor, era a de envolver o menor

número de pessoas. Era explicar ao Sr. Ministro que não tinha sido da forma correta, e envolver o menor

número de pessoas. Portanto, recordo-me que, no memorando, existo eu e o Diretor-Geral. Acho que

não existe mais ninguém, tenho essa ideia. E o informador, também existe, claro! Não foi assim, de todo,

como já percebemos. Houve um envolvimento de muitas outras pessoas. Para já, era para fazer uma