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22 DE FEVEREIRO DE 2025

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dia, todos os dias da semana, afirmando que o custo da interioridade não pode continuar a penalizar a

população.

A Sr.ª Deputada Isabel Fernandes (PSD), começou por agradecer aos peticionários, referindo que a maior

parte dos Deputados presentes na reunião pertenciam ao círculo eleitoral de Viseu, porquanto este é um tema

que une toda a região.

Afirmou que a questão da urgência pediátrica do hospital de Viseu, cujo encerramento noturno a partir de 1

de março de 2024 foi visto como um verdadeiro «balde de água fria», é uma preocupação transversal.

Para os especialistas da área, que acompanharam o processo de saída progressiva de pediatras e outros

profissionais, essa mudança pode não ter sido uma grande surpresa. No entanto, para a população em geral,

essa situação foi recebida com choque, especialmente porque já antes de 1998, quando a urgência pediátrica

foi separada da urgência geral, as crianças nunca deixaram de ser atendidas em Viseu.

Foi sublinhado o impacto desse encerramento, que trouxe uma insegurança nunca experimentada pelos pais

e avós da região, que agora enfrentam a possibilidade de terem de percorrer longas distâncias para que as suas

crianças sejam vistas por um profissional de saúde.

Agradecendo a clareza com que o movimento relatou o desenrolar dos acontecimentos, a Sr.ª Deputada

recordou que o encerramento da urgência pediátrica nos fins de semana à noite começou a 1 de março de 2024,

com o encerramento total do serviço durante a noite a partir de 1 de junho do mesmo ano, uma data

particularmente simbólica por ser o Dia da Criança. Foi nessa ocasião que a Ministra da Saúde, Ana Paula

Martins, visitou Viseu, e pela primeira vez reconheceu publicamente que havia um problema de saúde na região,

algo que até então parecia ignorado.

Apesar de o Conselho de Administração atual, nomeado a 1 de agosto de 2024, ainda não ter conseguido

resolver a situação, a Sr.ª Deputada reiterou que a solução deste problema deve ser uma prioridade absoluta.

O objetivo comum é garantir que qualquer pai ou mãe em Viseu saiba que, a qualquer hora do dia ou da noite,

haverá um profissional de saúde disponível para atender adequadamente as crianças. Esse é o ponto de união

entre a população, os partidos políticos e o Conselho de Administração.

Foi também colocada a questão de saber se o movimento de cidadãos já reuniu com o novo Conselho de

Administração do hospital, e se tiveram a oportunidade de discutir as medidas que estão a ser tomadas para

resolver o problema. Além disso, questionou se foram realizadas reuniões com os pediatras desde a nomeação

do novo Conselho, tendo em conta que, desde 2020, havia uma saída contínua de internos de pediatria do

hospital, sem que houvesse uma solução eficaz até ao momento.

O Sr. Deputado José Rui Cruz (PS), após cumprimentar os peticionários, referiu que apesar de ser factual o

tinha sido descrito, a questão estava a ser usada como arma política, com o PS e o PSD a tentar capitalizar o

descontentamento público, mas sem apresentar soluções eficazes para o problema.

Destacou a inação do Governo atual, que apesar de ter exonerado o anterior Conselho de Administração e

nomeado um novo em agosto, não trouxe melhorias significativas à situação da urgência pediátrica, que continua

fechada durante a noite. Mesmo com a visita da Ministra da Saúde a Viseu, que foi amplamente mediatizada, a

situação permaneceu inalterada, o que, segundo a sua análise, revela uma inoperância governamental e falta

de compromisso em resolver o problema.

Afirmou que a questão sobre a abrangência do hospital de Viseu também é crucial. Embora o hospital sirva

14 concelhos, a realidade é que a sua influência vai muito além, absorvendo pacientes de outras regiões, como

o sul da Guarda e o Douro Sul, tornando-o um centro de saúde ainda mais vital para o interior do País. No

entanto, a incapacidade de manter a urgência pediátrica aberta 24 horas por dia acaba por sobrecarregar o

hospital de Coimbra, o que, em última instância, prejudica a população do interior e reforça a tendência de

centralizar serviços de saúde nas grandes cidades, criando um País a «duas velocidades».

Acrescentou ainda que a solução exigida era clara, passando por menos discursos e mais ação. O Governo

precisa usar os novos mecanismos disponíveis – a autonomia do hospital e os novos instrumentos de gestão –

para reabrir a urgência pediátrica e garantir que as crianças da região tenham o atendimento que merecem, sem

que os pais tenham de se deslocar 100 km para Coimbra. A questão é pragmática: o que a população de Viseu

quer não é a troca de acusações políticas, mas sim a reabertura do serviço, que é essencial para a segurança

e bem-estar das famílias da região.

Por fim, apelou ao equilíbrio, bom senso e, acima de tudo, à resolução urgente do problema, porquanto o

seu prolongamento apenas prejudica a confiança nas instituições e aumenta o fosso entre as regiões do interior