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II SÉRIE-B — NÚMERO 61

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por cumprimentar os peticionários, salientando que o Chega está ao lado dos peticionários e na defesa da

preservação e, no caso, da proteção daquilo que é o Cinema Império, afirmando que «e não nos podemos

esquecer que o Cinema Império foi uma referência na vida cultural de Lisboa, essencialmente».

O Grupo Parlamentar do Chega considera que o Cinema Império foi palco do primeiro Festival da Canção,

foi palco de estreias de grandes clássicos do cinema, de concertos de grandes nomes da música internacional,

e foi também o berço do teatro moderno de Lisboa.

E, portanto, constitui entendimento do Grupo Parlamentar do Chega que «não podemos agora esquecer

todo o passado que o Cinema Império tem e é nosso dever proteger o que ainda pode ser protegido» e que «é

um facto que a Câmara Municipal de Lisboa voltou atrás naquela que tinha sido a sua primeira decisão, mas

também é um facto que só voltou atrás devido à pressão que foi colocada sobre o Executivo da câmara

exatamente com esta petição, que reuniu milhares de assinaturas.»

E por isso deve-se dar os parabéns aos peticionários, visto existir algum receio de que, se não tivesse sido

esta pressão causada pela petição, «hoje não estaríamos aqui a congratular-nos pelo facto de o Cinema

Império continuar a ser um edifício para uso cultural, e estaríamos a lamentar o que se estaria a perder.»

E, logo, mais uma vez, entende o Grupo Parlamentar do Chega dever agradecer aos peticionários o

brilhante trabalho que fizeram em defesa do património, do Cinema Império.

Também referiu que «foi dito aqui que nem todos os elementos originais da construção do Cinema Império

estão lá atualmente, é um facto, mas também não podemos, só porque já não estão lá alguns elementos,

agora descartar os que ainda lá estão», sendo certo que é preciso garantir a sua preservação e a sua

continuidade.

Assim, esta reversão da decisão da câmara é exatamente nesse sentido, de poder garantir que daqui a

algum tempo, não sabemos quando, se se der o caso de a IURD não querer continuar a utilizar o edifício do

Cinema Império, garantir que os elementos que ainda lá estão, que se mantenham, que sejam conservados,

que sejam restaurados, porque o Cinema Império é dos anos 50 e, portanto, a sua degradação é visível, tanto

no interior como no exterior.

Afigurando-se importante preservar os elementos que ainda lá estão para que, no futuro, o Cinema Império

possa voltar a ser uma referência na vida cultural lisboeta.

Sendo evidente que não podemos agora reverter decisões que já foram tomadas, também não deixa de ser

verdade que não só podemos como devemos estar atentos ao que é feito a partir de agora, porque não

podemos deixar de referir que, e também como já foi referido na audição por outros Deputados, há imensos

teatros históricos que foram referências para a cultura, para o panorama cultural português, que se perderam.

Mais uma razão para estarmos atentos e não deixarmos que o Cinema Império seja mais um desses casos

que se vá perder e que não tenha depois uma reversão possível.

E, portanto, o Grupo Parlamentar do Chega entende que «esta petição surgiu em muito boa hora, o seu

objetivo foi cumprido, foi o de garantir que o Cinema Império continua a estar classificado como de uso

cultural, e isto no futuro pode garantir que possamos a voltar a ter um cinema império para promoção da arte,

promoção da cultura em Portugal.»

De imediato, toma a palavra o Deputado António Filipe do Grupo Parlamentar do PCP, que começa por

saudar a presença dos peticionários na reunião e agradecer a iniciativa. Como nota pessoal, adianta que «Eu

creio que, curiosamente, o Cinema Império, eu creio que foi o primeiro cinema, não foi a primeira vez que fui

ao cinema, mas quando, devia ter para aí 13 anos e que fiz aquela grande aventura de me meter no comboio,

eu vivia na Amadora, para vir ao cinema e foi ao Império. Não me lembro qual foi o filme, que também importa

pouco. Não foi o Couraçado Potemkin, por acaso. Mas foi a primeira vez que me aventurei a vir com mais um

coleguinha de turma a Lisboa para vir ao cinema.

E foi o Império, de facto.

E à sala principal, que havia, de facto, como disseram, o estúdio.

Não sei o que é feito dela, não sei se depois de ter sido adquirido pela IURD, eu nunca mais lá entrei e não

sei se permanecem as duas salas.

Agora, creio que a vossa petição, por exemplo, diz que aquilo que é irreversível é irreversível, ou seja, há

coisas que não estão na nossa mão, aquilo tem proprietário goste-se ou não dele, mas agora a preservação

do edifício na sua integralidade eu acho que é algo que deve ser salvaguardado e a cidade de Lisboa deve ser

intransigente relativamente a essa matéria.