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II SÉRIE -C— NUMERO 31

soes cerebrais e quadros sintomatológicos muito parecidos e são necessários diagnósticos diferencias para se poder eventualmente comprovar a doença.

Isto foi o que um cientista ontem aqui disse. E só partindo deste pressuposto é que queria perguntar ao Sr. Doutor se foram feitos esses diagnósticos diferenciais e se, como se afirma, a informação epidemiológica também não existiu.

O Sr. Dr. Joaquim Patrício de Matos Água (ex-Direc-tor do Laboratório Nacional de Investigação Veterinária): — A informação epidemiológica que temos é a proveniência dos animais.

Quanto, a exames diferenciais, na Escócia, por exemplo, existem cerca de 15% ou 16% de animais que têm uma certa sintomatologia mas que não é confirmada pelo exame histopatológico. E, geralmente, verifica-se que se trata de liste-riose. Mas, repito, não é confirmada pelo exame histopatológico.

O exame que confirma a existência da doença é o histopatológico, o qual está instituído em qualquer país do mundo pelas normas da Comissão e do Office.

Evidentemente que se podem fazer muitos mais estudos mas o Laboratório, ao ser-lhe dito que aquele assunto era confidenciai, não podia fazer mais estudos, como é evidente, porque, então, acabava por não ser confidencial.

Há, por exemplo, uma coisa que se pode fazer que é a inoculação em ratinhos. Pode fazer-se, é cerebral. Mas demorava, pelo menos, uns 500 dias para fazer o diagnóstico. E, depois, tínhamos que cortar o cérebro dos ratinhos e fazer exame histopatológico para confirmar.

Como é evidente, não era prático. As estirpes de animais transgenéticos produzidas ultimamente pela Prusiner fazem a doença em muito menos tempo. Mas nós não tínhamos acesso a essas estirpes e para termos esse acesso lá se ia a confidencialidade do assunto, como é lógico. Mas não era necessário!

O Sr. Carlos Duarte (PSD): — Sr. Doutor, disse que na Irlanda se fez mas que não era necessário e que o quadro de diagnóstico no Reino Unido tem sido diferente do dos outros países. Assim, perguntava-lhe: nos países em que nem tiveram animais importados do Reino Unido, como, por exemplo, a França e as ilhas Falkland, também foram detectados alguns casos? O método de diagnóstico foi só o exame histopatológico ou compreendeu também outros exames, nomeadamente o diagnóstico diferencial, a informação epidemiológica e outros exames intercalares, designadamente a microscopia electrónica para determinar a etiologia da doença, ou foi só o exame histopatológico? Isto, portanto, nesses outros países em que o efectivo bovino não estava contaminado como está no Reino Unido.

O Sr. Dr. Joaquim Patrício de Matos Água (ex-Direc-tor do Laboratório Nacional de Investigação Veterinária): — No caso da Irlanda, no primeiro caso que tenho aqui descrito, foi feito exame histopatológico na Universidade de Dublim.

O Sr. Carlos Duarte (PSD): - Mas na Irlanda é diferente...

O Sr. Dr. Joaquim Patrício de Matos Água (ex-Direc-tor do Laboratório Nacional de Investigação Veterinária): — Não, não. Não sei por que é que há-de ser diferente1. Em Inglaterra tiveram 90 e tal mi) casos e na Irlanda tiveram

50 e ta\ ou 60. Portanto, não sei por que é que há-de ser

diferente!...

O Sr. Carlos Duarte (PSD): — Ah! Considera que é igual o diagnóstico num país em que a manada está contaminada ao de outro país em que, por importação...

O Sr. Dr. Joaquim Patrício de Matos Água (ex-Direc-tor do Laboratório Nacional de Investigação Veterinária): — Não. É que nós sabemos a proveniência dos animais. Temos exame clínico.

Sr. Deputado, se estiver interessado, forneço-lhe todos os elementos científicos — trabalhos publicados em inglês ou francês, como quiser —, em que se diz que «a confirmação é feita por exame histopatológico».

Outros exames foram efectuados aqui, em Portugal, desde o exame bateriológico para detectar algumas infecções que houvesse — e realmente até se apanharam algumas infecções oportunistas nalguns dos animais, embora sem significado. Também se fizeram esses exames.

O Sr. Carlos Duarte (PSD): — Agora, a última pergunta: o Sr. Doutor desempenhou funções de director do Laboratório Nacional de Investigação Veterinária até quando? Ou seja, qual foi a data em que deixou de ter responsabilidades funcionais e técnicas naquele Laboratório?

O Sr. Dr. Joaquim Patrício de Matos Água (ex-Direc-tor do Laboratório Nacional de Investigação Veterinária): — Sr. Deputado, passei à situação de «aguardar reforma» no dia 27 de Abril passado.

O Sr. Carlos Duarte (PSD): — Foi na mesma altura em que se levantou a polémica pública sobre esta matéria.

O Sr. Presidente (Antunes da Silva): — Terminou o âmbito do depoimento, Sr. Deputado.

O Sr. Dr. Joaquim Patrício de Matos Água (ex-Di-rector do Laboratório Nacional de Investigação Veterinária): — Ó Sr. Presidente, mas eu queria responder a isto. Posso responder? Dá-me licença? É que essa polémica pública...

Diálogo inaudível na gravação.

O Sr. Presidente (Antunes da Silva): — Srs. Deputados, vamos ver se conseguimos levar as coisas com objectividade e serenidade.

Invoco o meu exemplo de ontem quando tinha colocado uma questão que foi entendida fora do âmbito desta audição parlamentar e sem constrangimento — para utilizar a mesma expressão— retirei a pergunta.

Portanto, aceito a pergunta da data até à qual foi responsável por aquele organismo mas, quanto ao resto, tirará cada um a sua ilação.

O Sr. Dr. Joaquim Patrício de Matos Água (ex-Direc-tor do Laboratório Nacional de Investigação Veterinária):.— Mas se me desse licença, eu gostava de...

O Sr. Presidente (Antunes da Silva): — Peço desculpa, Sr. Dr. Matos Água, mas ficou apenas a data de 27 de Abril.

Diálogo inaudível na gravação.

Srs. Deputados, ainda não dei a palavra a ninguém e pedia que me ouvissem. Vamos encen-ar este incidente. Ficamos