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0469 | II Série C - Número 038 | 12 de Abril de 2003

 

que a Europa esteja, toda ela, de acordo sobre matérias estratégicas e militares nos próximos 20 anos.
Há questões onde os EUA e a Europa podem agir em conjunto; há outras, todavia, onde cada um terá a sua posição e uma influência mais relevante que o outro.
De facto, embora de uma forma simplista, poder-se-á afirmar que a resposta norte americana parece ser, tendencialmente, militar e a da Europa, tendencialmente, política.
Numa das intervenções de um dos participantes, foi defendida a tese de que os EUA deveriam privilegiar a sua resposta através das Nações Unidas, como única entidade com verdadeira legitimidade para intervir no problema, mesmo que depois, peçam, por isso, a ajuda dos EUA.
O poder militar continua a ser fundamental, pelo que deveremos ter presente a ideia de que, daqui a 20 anos, o mundo não poderá existir sem uma força militar tão importante como a que, hoje, têm os EUA.
Na opinião do orador referido, os Europeus reclamam sempre por posições políticas, mas quando os EUA as apresentam a Europa discorda (de que são exemplo as posições da administração Bush).
Apesar disso, a administração norte americana não acredita que a situação do Iraque se resolva nas Nações Unidas.
Em resposta ao ex-Primeiro-Ministro italiano, Lamberto Dini, que considerou a questão palestiniana como um cancro nas relações do mundo ocidental com o Médio Oriente, fomentando o terrorismo, o orador respondeu que não considerava ser Israel a causa primeira ou principal, sequer, para que o terrorismo tivesse aumentado.
Em conclusão: se Israel desaparecesse, poderia supor-se que os ditadores, os radicalismos, os fundamentalismos e o ódio aos EUA desapareceriam imediatamente?
Há, todavia, que ter a percepção relembrou um dos participantes polacos que em cada 20 questões, nas páginas de política internacional dos jornais, 19 não são Europeias.
Em cada 20 questões colocadas ao Presidente Bush, sobre política internacional, 19 não serão (pode-se afirmar) sobre a Europa.
Para James Steinberg a questão iraquiana nada tem a ver com o petróleo, ao contrário do que um deputado francês havia afirmado claramente.
Brad Roberts reafirmou a ideia de que não podemos viver num mundo de chantagem com armas químicas nem num mundo que esteja dependente dos EUA para nos defender nessa matéria.
A possibilidade de um ataque a Disneylandia, a uma grande cidade, a um grande acontecimento desportivo é, hoje, uma possibilidade bem real!
Mas, para além disso, o 11 de Setembro mudou o pensamento do Governo dos EUA, que, agora, não acredita ser possível viver num mundo defendido, apenas, por uma protecção anti míssil, tanto mais quanto uma guerra biológica não se compadecerá com esse tipo de defesa.
Lewis Dunner referiu, de seguida, que a não proliferação de armas químicas é uma questão de confiança.
Na verdade, em todas as regiões há países com armas químicas, a maior parte das mesmas fruto da exportação de tecnologia pelo Ocidente.
Mas há outros países com essas capacidades, para além dos normalmente suspeitos.
Na opinião do último dos oradores referidos, o adiamento de soluções leva ao desgaste da opinião e a descrença em qualquer solução com força.
Com o 11 de Setembro, a ameaça terrorista e a ameaça de armas de destruição maciça (WMD) existem.
A dispersão radiológica, um acidente nuclear ou químico, com apoio de dinheiro dos paraísos fiscais são, assim, uma possibilidade.
Numa segunda guerra com o Iraque de Sadam Hussein, este terá pouco a ganhar se não usar armas químicas (excepto se lhe permitir retirar para um qualquer paraíso), previsivelmente num local distante dos EUA.
Ainda assim, a NATO e, individualmente, cada um dos seus membros, maxime os EUA, devem assumir que as armas químicas nunca devem ser usadas como resposta a utilização de armas químicas.
Não há, com efeito, provas de que o Iraque possa utilizar armas químicas na próxima vez, mas tal possibilidade é provável.
O Ocidente nunca irá encontrar provas de que o Iraque o poderia fazer.
Na verdade, só o saberemos quando já o tiverem feito.
A guerra contra Al Qaeda não é uma guerra americana.
Essa organização levou a cabo muitos ataques antes de ter atacado os EUA, em 11 de Setembro de 2001.
A escolha será, por isso referiu o orador entre a guerra, agora, e a guerra, mais tarde (com muito mais possibilidade de Sadam Hussein ter mais armas).
Para Daniel Pomeman importa analisar:

a) A natureza do desafio;
b) A natureza das respostas; e
c) As soluções possíveis.

As armas nucleares são, reconhecidamente, muito difíceis de produzir, quando comparadas com as armas biológicas ou químicas (embora estas últimas sejam muito difíceis de produzirem pequenas quantidades).
O verdadeiro problema é o da existência de armas nucleares e armas biológicas em países que podem ter acesso a essas armas que olham para elas como:

a) Instrumento militar de defesa;
b) Arma fornecida a grupos terroristas; ou
c) Instrumento de projecção de força.

Ora, não deveremos esquecer que alguns Estados revolucionários defendiam, nos anos 70 e 80, a proliferação desse tipo de armas como forma de lutar contra o poder das super-potências.
A colaboração entre os diferentes serviços de informação (serviços secretos) são cada vez mais importante, bem como a criação e o adestramento de Forças Especiais para combater este tipo de ameaça, sendo certo que para tal existe vontade.
Poderemos concluir, pois, que o 11 de Setembro provou que somos todos alvos de, no entender de, Jonh Reichart, uma confluência de organizações terroristas, de Estados Fracos com capacidade NBQ.
A explosão de uma arma de 10 KT, por exemplo, em Washington, causaria, segundo os especialistas, em cerca de 80 000 mortos e em cerca de 70 000 feridos.
Precisamos, por isso, de continuar a política que tínhamos sobre esta matéria antes do fim da Guerra Fria.
Deveríamos preparar a defesa contra esse tipo de ataques (e saber que não o podemos evitar), podendo mesmo ter que desenvolver capacidades que (felizmente) nunca usaremos.