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14 II SÉRIE-OE — NÚMERO 6

Ora, isso é mérito de uma aposta feita no momento certo, mas, sejamos honestos, é sobretudo mérito dos recursos naturais muito ricos que o nosso país tem, no que diz respeito à água e ao vento. Basta olhar para o mapa e ver um país encostado ao mar, com cordilheiras no sentido diagonal e o que há ali de água e de vento.
Durante muito tempo, não se deu importância, em Portugal (e não só em Portugal, mas no mundo inteiro) à água e ao vento como recursos importantes. Felizmente, agora, dá-se-lhes importância, sabemos como explorá-los e esta aposta no vento, por um lado, e no hídrico, por outro, é uma aposta muito, muito forte.
Mas são apostas que não se podem traduzir apenas em declarações políticas. Depois, é preciso muito trabalho humilde e muito trabalho no dia-a-dia. Olhem, é preciso ter uma atitude um pouco diferente da do PSD, que é sempre a de dizer mal. A nossa é uma atitude honesta, trabalhadora, de fazer as coisas no dia-a-dia. É porque montar todos estes processos na energia eólica e no hídrico dá muito trabalho! No que diz respeito ao hídrico, chamo a atenção para que, nos últimos dois anos, foram lançados mais projectos do que nos últimos 20 anos.
Agora, respondendo a questão do Sr. Deputado Afonso Candal, quero dizer-lhe que, no próximo ano, teremos um grande desafio. A decisão política sobre o hídrico está tomada, a identificação dos 10 projectos prioritários está feita, pelo que, agora, temos de lançar os processos concursais para que essas barragens sejam construídas o mais rapidamente possível. Este é um grande desafio a que teremos de responder. Agora, vamos deixar de inventar «desculpinhas» e realizar os processos concursais de maneira a que essa potência hídrica seja explorada. Ao mesmo tempo, no que diz respeito à capacidade de criação de emprego destes projectos, esta será a melhor forma de aumentarmos a componente de construção e obras públicas.
Sr. Presidente, se me fosse permitido, passava agora a palavra ao Sr. Secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, para falar das exportações e do PRACE, porque essa é uma questão transversal.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, Sr. Secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor.

O Sr. Secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor (Fernando Serrasqueiro): — Sr. Presidente, relativamente às exportações, o Sr. Ministro já teve oportunidade de definir a nossa estratégia que é uma estratégia de consolidação, no sentido de o novo modelo de crescimento ser irreversível. E hoje começa a haver dados muito seguros que nos permitem dizer que, em Portugal, em pouco tempo — provavelmente um dos países que mais rapidamente o fez e com menores custos sociais (vide o caso espanhol) —, conseguimos inverter o nosso modelo de crescimento para aquele que, suponho, todos nós aspirávamos, não havendo oposição relativamente a essa transição.
No que respeita às exportações propriamente ditas, a estratégia era conhecida: exportar mais, exportar o maior valor tecnológico, exportar para mais países e exportar mais produtos. Ora, em qualquer destes objectivos, estamos muito bem.
Já fui Deputado e sei que normalmente a discussão dos orçamentos tem sempre um primeiro ponto de crítica que é o cenário macroeconómico. Em qualquer das discussões do Orçamento em que aqui participei, essa era sempre matéria primeira. Acontece que, às vezes, essa discussão «rendia» — e rendia porque a maior parte das vezes o cenário macroeconómico era ambicioso.
Agora, desafiava os Srs. Deputados da oposição a lerem as vossas declarações de há um ano. E só vos faço este desafio para agora não cometerem o mesmo erro, que era o de terem criticado os aspectos das exportações» Não quero ler essas vossas declarações de há um ano, apesar de as ter aqui, mas sempre direi o seguinte: o objectivo do Orçamento do Estado para 2007 era um acréscimo de 7.2 nas exportações. Actualmente, com dados referentes a Agosto, os nossos resultados são de 9.6 de acréscimo. Se considerarmos os últimos 12 meses, o acréscimo das exportações é de 10.1 — isto, com energéticos. Se quiserem, sem energéticos (porque normalmente é essa a discussão), até Agosto, as exportações têm um acréscimo de 11.5 e, nos últimos 12 meses, de 11.6. E se quisermos introduzir já o mês de Setembro, mas só temos resultados extracomunitários, posso dizer-vos que os extra-comunitários, em Setembro, têm um acréscimo de 12.8 e, se considerarmos os 12 últimos meses acumulados, de 14.3! Significa isto o seguinte: as exportações estão acima do que era um dos grandes objectivos e muito acima do que era o cenário na altura traçado pela oposição.