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37 | II Série GOPOE - Número: 008 | 17 de Novembro de 2007

Contudo, somos realistas, Sr. Deputado: não propomos medidas violentas, revolucionárias, que iriam criar instabilidade, por completo, no tecido da saúde em Portugal. Entendemos que isso está assim feito paulatinamente, vai continuar a ser feito, por isso tenho dito repetidas vezes, quando vejo médicos a irem só para o sector privado, «ainda bem, vão», porque é muito melhor que vão só para o sector privado do que «ficarem com uma perna num e com outra perna noutro». E o sector público tem muitas pessoas na segunda linha (repito comentários meus várias vezes feitos) que podem passar para a primeira linha. Essa é a nossa estratégia. A estratégia que V. Ex.ª defende é revolucionária: «tiro-lhe o meu chapéu», mas não tenho coragem de entrar nessa revolução tão afrontadamente como V. Ex.ª propõe.
No que respeita às transferências para os municípios, o Sr. Deputado acompanha a vida política e já deu conta que o processo de gestão e de «gestação» das transferências dos municípios teve um arrefecimento devido à recomposição das pessoas que participam, do seu próprio partido, na comissão. São pessoas muito importantes e por quem, aliás, tenho o maior respeito. Logo, esperamos que essa recomposição se faça, termine e que essa energia transferidora de competências recupere, pelo que o único compasso de espera aqui é um compasso de respeito pela resolução da crise interna, que está em vias até de reconfiguração no partido a que V. Ex.ª pertence.
O Sr. Deputado acusa-me de uma coisa que nunca fiz, isto é, de eu dizer que os médicos trabalham pouco.
Nunca disse isso! Sou extremamente cuidadoso nas afirmações que faço sobre o exercício das pessoas que trabalham sob a minha responsabilidade. Garanto-lhe que nunca disse isso! Desafio-o a trazer-me o texto onde, porventura, viu isso! O que digo sistematicamente é que os médicos ganham pouco e que todo o sistema melhoraria se os médicos tivessem incentivos ao desempenho. Isso digo, mas nunca me ouviu dizer que os médicos trabalham pouco.
A Sr.ª Deputada Maria Antónia Almeida Santos enalteceu os novos programas existentes no Serviço Nacional da Saúde. Acho que o que estes programas têm de importante é que não foram inventados numa semana, têm meses e meses de trabalho atrás de si.
O programa da procriação medicamente assistida foi ancorado numa tese de mestrado e na capacidade técnica de um especialista que está a fazer o seu doutoramento nesta matéria, portanto teve conhecimento e experiência de investigação sobre a matéria! Não andamos a brincar nestas coisas! Em matéria de saúde oral, devem ter ouvido o Sr. Bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas dizer que as prioridades que o Governo definiu para a saúde oral são as correctas! E não as inventámos, elas estão há muito tempo definidas nas instâncias internacionais, na Organização Mundial de Saúde, e nós próprios também as sabemos! Portanto, temos aí, naturalmente, credibilidade, porque nos baseamos em evidência.
Que medidas podem resultar em ganhos de eficiência, perguntou a Sr.ª Deputada.
Sr.ª Deputada, as unidades de saúde familiar são, provavelmente, a maior fonte de ganhos de eficiência, porque a proximidade do cidadão em relação ao seu médico de família, o não andar a saltar constantemente para uma relação despersonalizada, é a melhor forma de passar a ter uma solidariedade terapêutica, um acompanhamento mais directo, menos meios complementares de diagnóstico, tudo isso.
Perguntou-me sobre os cuidados continuados. Então, os cuidados continuados não são a forma de deslocar doentes, que estão com um custo de manutenção e de diária tão alto nos hospitais de agudos, para as camas de convalescença ou de média duração, onde os custos médios são muitíssimo mais baixos?! Aí estão as economias.
A saúde oral tem uma importância decisiva e, então, do ponto de vista de prevenção é essencial. É muito mais rentável tratar dos selantes das crianças e prevenir a cárie dentária do que depois ter crianças aos 15 anos com cáries dentárias e com extracções totais, ou parciais, de dentes. É muitíssimo mais barato, portanto, todas estas políticas visam» E da mesma forma no que respeita às grávidas! Os senhores conhecem o estado lastimoso dos dentes de muitas grávidas portuguesas nas aldeias, onde não há acessibilidade aos cuidados dentários?! Já olharam para a boca das mulheres ao fim da primeira, segunda e terceira gravidezes para verem como é importante investir na prevenção? E isto sem contar com a transferência de mãe para filho da própria cárie e com outras razões.
Sr. Deputado Eugénio Rosa, deixe-me aproveitar esta ocasião para cumprimentá-lo.
Tenho sempre muito gosto, porque somos amigos há muitos anos e trabalhámos juntos noutras áreas.
Aliás, atç fomos colegas de um mesmo governo, se bem me recordo, portanto temos muitos pontos»