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68 | II Série GOPOE - Número: 005 | 13 de Novembro de 2008

depois de fazer, de organizar e de coordenar o essencial do trabalho do Conselho Científico, que foi produzir as recomendações. E produziu todas as recomendações que eram necessárias para que o modelo fosse concretizado nas escolas. E fê-lo a tempo, fê-lo até Julho.
Não está previsto que esta comissão científica reúna semanalmente, Sr. Deputado. Não está previsto, sequer, que reúna mensalmente ou de dois em dois meses. Este Conselho Científico reuniu as vezes necessárias, até ao Verão, para dar às escolas todos os instrumentos de que necessitava para concretizarem a avaliação. E, depois, a Sr.ª Presidente reformou-se tranquilamente e nós aguardámos o tempo de fazer as substituições necessárias para que a comissão científica voltasse ao trabalho, que é agora um trabalho diferente: é um trabalho de acompanhamento da concretização da avaliação junto das escolas.
É pura intriga, Srs. Deputados, e não vale a pena escondermos aquilo que deve ser a nossa posição clara perante as escolas. Queremos ou não a avaliação de desempenho? Queremos ou não ajudar as escolas a fazer a avaliação de desempenho, por trás de uma intriga como a de que a presidente se reformou, aposentou-se ou a comissão reuniu duas vezes por mês ou duas vezes por semana? Tudo isso é o mundo dos blog, que percebi que o Sr. Deputado leu atentamente antes de preparar a sua intervenção»

O Sr. João Oliveira (PCP): — Quer dizer que a Sr.ª Ministra também lê!

A Sr. Ministra da Educação: — » e que, de facto, inspira boas frases mas não nos ajuda a resolver os problemas.
Gostava de referir, Srs. Deputados, que nunca disse que o modelo era fácil nem simples, porque os professores merecem mais do que facilidade e simplismo, para lembrar a facilidade com que os Srs. Deputados gostam de falar de facilitismo.
Há ainda uma questão a que gostava de responder, pois considero-a uma questão de fundo.
Diz o Sr. Deputado do Partido Comunista que há escolas que obrigam os jovens a inscrever-se em cursos profissionais, fazendo aquilo que é uma orientação vocacional desadequada. Faz a mesma acusação a Sr.ª Deputada do Bloco de Esquerda, agora em relação aos cursos de educação e formação.
Aquilo que quero deixar claro, desde já, Sr. Deputado, é que estou de acordo consigo, pois, se isso se está a passar, é absolutamente inadmissível. Gostava muito que o Sr. Deputado indicasse qual é a escola, exactamente, em que a orientação vocacional se está a fazer de forma não adequada

O Sr. João Oliveira (PCP): — A da Quinta do Marquês é uma delas!

A Sr. Ministra da Educação: — Gostava ainda de dizer duas coisas.
Há muito que a OCDE recomenda ao País a diversificação da oferta formativa, sobretudo ao nível do secundário, para poder, de forma mais eficaz, responder às expectativas dos jovens. Há muito! Durante 10 anos consecutivos, tivemos uma taxa de insucesso ao nível do 10.º ano da ordem dos 50%. Metade dos nossos alunos que procuravam o ensino secundário desistiam no final do primeiro ano e abandonavam a escola.
E, sobre isto, não ouvi nada! No momento em que o Governo concretiza uma recomendação da OCDE, de vários organismos internacionais, para que se dêem oportunidades de formação aos jovens, no momento em que o Governo tem mais alunos no ensino secundário, em todas as vias de formação — repito, em todas, nos cursos gerais de prosseguimento de estudo como nos cursos profissionais —, os Srs. Deputados levantam aqui o problema de estarmos perante a organização de um sistema com escolhas de primeira e escolhas de segunda.
Srs. Deputados, já tínhamos um sistema com escolhas de primeira e escolhas de segunda, só que era a seguinte distribuição: a escolha de primeira era para os meninos que ficavam na escola e a escolha de segunda era o mercado de trabalho para aqueles que não tinham sucesso na escola. Hoje, felizmente, temos ainda um programa dual mas que oferece a todos uma oportunidade de formação.
Gostava muito de ouvir se os Srs. Deputados valorizam ou não esta possibilidade de, no quadro da escola, podermos ter mais alunos em todas as vias profissionais e alunos com melhores resultados escolares.
E isto vale também para os cursos de educação e formação, Sr.ª Deputada do Bloco de Esquerda. Se a orientação vocacional está a ser feita de forma inadequada, serei a primeira a procurar corrigir essa situação.