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Sejtão de 6 e? de Janeiro de 1920

Pouco faltou para ser espancado.

j Os verdadeiros e perigosos sovíets da indústria e alto comércio reuniram-se nas suas sinagogas e ameaçaram até cortar as relações pessoais!

Se S. Ex.a foi buscar o apoio às chamadas forças de produção, encontrará o vácuo, porque em Portugal já se reconheceu que ninguém sacrifica a ponta de um cabelo ao bem colectivo.

Nessa ocasião S. Ex.a lá me encontrará para lhe dizer que não tem o "direito de pedir Gsse apoio.

O Partido Socialista Português eptá cônscio das suas responsabilidades e as doutrinas que neste momento defende são já um esplendoroso triunfo.

O Partido Socialista Português deu já o exemplo de colaboração e continuará a dar o sou apoio, quando se tratar de medidas de interesse geral.

Se S. Ex.a, o Sr. Presidente do Ministério, tiver alguma proposta de lei, de qualquer pasta que seja, atinente a resolver o problema nacional, não encontrará no Partido Socialista a oposição que poderia encontrar se amanhã tivesse a pretensão de substituir S. Ex.a no Governo.

Não tem.

O Partido Socialista não quere governar, e é essa a sua grande força.

O Partido Socialista, quando por acaso colaborar num Governo, fá-lo há dentro dum programa-míniino, dizendo primitivamente, logo de entrada, ao país, aquilo que quere realizar nesse lugar.

Não espere o Sr. Sá Cardoso dos socialistas, uma oposição destrutiva, um combate acérrimo, uma oposição de barulho, uma exploração política.

Não a tem.

Devemos muito aos nossos ideais e à nossa consciência, para sermos capazes de nos nivelar com processos que, em Portugal, tem sido desgraçadamente muito adoptados.

Mas não espere Sx. Ex.a, da nossa parte, quartel. Para qualquer Governo que ocupe o Poder, os socialistas pôr-lhe hão as es- padas nos rins. E será aqui a mais pequena tribuna onde falaremos, porquanto iremos lá para fora dizer que é necessário salvar' o país; mas para isso se necessita de talento e de competência, de valor e. de energia, e não se necessita de equilibrismos defunânibulos.

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Ah, Sr. Presidente!

O Sr. Sá Cardoso, que ó um homem de bem, que é um republicano às direitas, que possui um carácter digníssimo, ouça--mc bem. Falo-lho com a maior sinceridade. Por que não tom a coragem de dizer:

— Eu não posso! Eu não chego! Eu não sou capaz! Eu vou-me embora!

Creiam S. Ex.as que não me inove nenhuma animadversão contra a situação política do Partido Democrático, mas entendo, como o definiu o conselho central do meu Partido, que o Governo que se sente nas cadeiras governamentais, precisa de dizer do entrada, o programa que vai realizar, que golpes rápidos de audácia vai dar; precisa galvanizar a opinião do país; precisa de ter apuio; e o Sr. Sá Cardoso é tarn fraco que não tom a força suficiente para limpar o país dessa mon-tureira fétida, que ó o jogo, para fechar os casinos da batota, para entaipar na podridão e na lama. onde escabujam, os miseráveis que envergonham a sociedade portuguesa e a civilização.

j S. Ex.a que vai pedir às classes conservadoras o dinheiro, deixa funcionar as batotas e — ó céus! — declara que desconhece que se joga em Portugal!

O Sr. Presidente do Ministério (Sá Cardoso) (interrompendo}: — Tive já ocasião de explicar essa frase. Quando a proferi julguei que ninguém a podia tomar como uma expressão [sincera do que eu sentia, mas simplesmente por que não desejava entrar em explicações sobre o jogo. Disse depois claramente o que entendia sobre esse assunto.