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torino Guimarães reconheceu que essa compressão de despesas há-de dar resultados tam insignificantes que o problema financeiro há-de ficar irremediavelmente na mesma.

Eu reconheço, Sr. Presidente, que é indispensável reduzir as despesas, quando mais não seja como tendência do Estado para equilibrar o seu Orçamento e como garantia de que o Justado não fará despesas inúteis — isso é um factor moral com que o Governo precisa de se habilitar para poder realizar qualquer obra financeira — mas, Sr. Presidente, precisamente na hora om que o Sr. Vitorino Guimarães declara quo ainda bem que o Governo fez a declaração de que é retintamente partidário, para governar com o programa do seu partido, precisamente nesta hora é justo dizer-se que isso é o programa dum partido, não pode ser o programa dum Governo.

É indispensável criar receitas, sem duvida, mas não apenas aquelas a que se referiu o Sr. Vitorino G-irimnrSies=

"Falou se hoje pela primeira vez no Parlamento em moeda fraca; foi consagrado o termo moeda fraca pelo Go-

Ora, Sr. Presidente, o facto de se pagarem as contribuições em moeda forte e o facto do se fazer o agravamento sobre essas contribuições isso não dar/i senão uma quantia mínima em relação à enormidade do déficit, e a verdade é, Sr. Presidente, que mais nenhumas medidas foram anunciadas ao Parlamento pelo Governo.

O Sr. Ramada Curto aludiu a um facto que não me compete examinar detidamente.

O Governo dispõe nesta hora apenas dos últimos 60:000 contos que foram estampados no Banco de Portugal. Não sei mesmo se- desses 60:000 contos alguns já foram consumidos ; de fornia que não será exagerado dizer-se que o Governo com esse dinheiro e com as cobranças de Janeiro não disporá do meios de vida senão por um trimestre.

A situação não é apenas aflitiva e desesperada. 6 a falência certa e irremediável, a uni curto prazo, se porventura o Governo não apresentar as modidas indispensáveis para a resolução do assunto.

O Sr. Vitorino Guimarães falou na ne-

Diário da Câmara doa Deputadot

cessidade de se contrair um empréstimo interno.

. Eu não faço a ofensa de imaginar que o Sr. Vitorino Guimarães, que já foi Ministro das Finanças, albergue o pensamento de que um empréstimo interno possa tapar um rombo orçamental.

Uma única medida; o projecto dos navios.

Não tive ainda ocasião de ler o relatório do Sr. Velhinho Correia, mas o que eu sei é que em volta do projecto dos navios, tal corno tem sido discutido...

O Sr. Jorge Nunes (aparte):— ... e defendido!

O Orador:— ... se fez uma atmosfera de suspeição, não em relação à generalidade, mas em relação àqueles que intervieram na sua confecção, s

Precisamos fazer uma larga discussão sobre o assunto, não apenas para que o país saiba que não há nenhum Sr. Dopu-tadc quo se venda, e, que nenhum se presta a defender uma companhia, em prejuízo dos interesses do Estado, mas porque foi mal apresentada e defendida, como bem disse o Sr. Jorge Nunes? o meroce a mais larga discussão, porque nem a proposta do Governo, nem o projecto do Sr. Velhinho Correia vem de encontro às necessidades e conveniências do País.

Eis tudo a que se resumem as promessas do Governo.

Mais nada.

Se o Sr. Sá Cardoso, após seis meses de Governo, não havia feito um juízo seguro sobre a situação do País, em relação à sua economia, em relação aos negócios que correm pela pasta da Agricul-turp, em relação ao problema colonial, que não ó apenas o problema dos altos comissários, não ó mesmo nada o problema dos altos comissários, (Muitos apoiados) o seu dever era sair do Poder, porque isso lho impunha a sua consciência de republicano, a sua consciência do português c nisto ponho toda a minha sinceridade.