O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 6 e 7 de Janeiro de 1920

já conseguiu que o actual Governo, e portanto O Sr. Sá Cardoso, reconhecesse que tinha feito asneira.

Sr. Presidente: disse-nos o Sr, Presidente do Ministério que é preciso fazer uma obra completamente diversa da feita ato hoje: é necessário comprimir as despesas públicas; ó necessário entrar num plano de renovação nacional.

Vamos modificar os transportes marítimos e os transportes terrestres, e parece-me que o Sr. Presidente do Ministério n!lo disse mais nada.

Debaixo do ponto de vista económico, dabaixo do ponto de vista de impostos e de empréstimos, e de apresentar ao País & situação tal como ela se encontra, eu não ouvi nada de S. Ex.a

- Ouvi falar na proposta dos barcos, mas eles andam a navegar há tanto tempo que com certeza vem a encalhar 'nesta Câmara. (Risos). E mais nada.

Ah ! Já ine esquecia!

Falou ainda o Governo no ponto de vista da política das estradas.

Mas onde está o elixir; onde está uma «cousa espantosa, é nisto: o Sr. Sá Cardoso prometeu ao País o equilíbrio orçamental para daqui a três anos!

j Isto já não é est^^^ comprimido; é estar raso! (Risos).

Daqui a trôs anos, com um projecto que germina na cabeça do Sr. Sá Cardoso, temos o equilíbrio orçamental.

Mas, Sr. Sá Cardoso: ,?porque não arranja V. Ex.a um superavit^

\ Impressionava melhor o País!

Sr. Presidente: eu que não ouvi do Sr. Presidente do Ministério a explanação da •situação financeira do Pais, eu que não •sei, — | e S. Ex.a decerto também não o sabe! — quanto nos custou a guerra; e não sei, porque o primeiro Orçamento apresentado pelo Governo do Sr. Sá Cardoso, foi um orçamento^ de fancaria, e o actual não sei se será de mercearia ou doutra cousa qualquer; eu que com um Orçamento de fancaria já tinha um. grande déficit, feitas as contas regularmente devorei ficar com um déficit ainda muito maior, e o Sr. Sá Cardoso vive num mar de ignorâncias, para afirmar que daqui a trôs anos estamos equilibrados financeiramente.

Sr. Presidente: por todas estas razões iifio podo contar o GovOrno com o nosso

27

apoio, o que não quere dizer que não possa contar com a nossa colaboração, o que é diferente.

E eu não posso apoiar S. Ex.% porque apesar de S. Ex.a ser um grande republicano, um grande patriota, e um bem intencionado, nas circunstâncias em que está não pode fazer nada de útil, não pode avançai*.

•j S. Ex.a está comprimido!

Sendo assim, eu entendo que este país não pode prosperar.

Efectivamente, eu sou daqueles que pro-cjainam audácias enormes da parte do Governo, mas para já; inas audácias contra grandes ricos que envergonham a miséria deste país; audácias contra grandes proprietários, que não pagam o que de-vein; audácias contra um funcionalismo que é preciso obrigar a trabalhar, — e se ele não trabalha, muitas vezes, não é por culpa sua, mas por -causa das más organizações e a maior parte das vezes por culpa das orientações políticas, (Apoiados)', eu proclamo audácias, sim, contra todos os gananciosos e todos os colossos que julgam que porventura nós representantes do país, trememos de qualquer forma perante as campanhas que fazem surgir na imprensa contra nós. (Apoiados) .

j Sim nestas horas em que nos encontramos— horas trágicas — sem que a>incompetência tomasse conta do Poder, o a hora das experiências terminasse, bom era que todos os homens deixassem as° suas paixões políticas; que os homens deixassem de pensar nas crises dos partidos, para tratarem única e simplesmente da crise nacional. (Apoiados}.

O povo que trabalha não pode admitir no poder essa incompetência, que se tem demonstrado exuberantemente.

O povo quo, nas horas' amargas para a Kepublica, está sempre pronto a defen-du-la, que perde as noites na sua defesa, que, para a defender, avança a .descoberto, à luz do dia, reclama que no poder se cuide a sério da situação. (Apoiados).

Vamos, Sr. Presidente do Ministério, para ama política eminentemente nacional, mas não ó S. Ex.a o mais idóneo para a realizar. (Apoiados).