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de 6 e 7 de Janeiro de 1920

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Se as suas promessas fementidas, não podiam ser cumpridas, a sua obrigação era sair do poder.

O Go.vêrno, que nada tem feito, devia sair.

Um Governo que não traz ao Parlamento as medidas que são exigidas pelas circunstancias, não tem o direito de iludir mais a espoctativa do país que está farto desta comédia.

O Governo só se preocupa com medidas policiais e repressivas, que, segundo o critério dolo, resolve a questão social e a questão da defesa da República que é fundamental.

A defesa da República está na boa administração do Estado. (Apoiados).

A defesa da República está nas afirmações de competência por parte dos Governos da República e não em diligências policiais. • •

Não censuro S. Ex.a por isto, porque eu teria sido ainda mais severo.

TambOm o Governo se tem feito forte na imprensa que o defende, e eu, confirmando as palavras do Sr. Dr. Ramada Curto, quero dizer que se um dia for ao Governo, desejo que a imprensa que não está jugulada pelos interesses do comércio me a.poie.

Se a minha obra fosse apenas defendida por uma imprensa financeira, por grupos que tivessem comparticipação nos negócios do Governo, eu envergonhar-me-ia, repeliria com indignação essa solidariedade, porque entendo que com ela se não pode fazer uma obra republicana.

Porém a verdade é, Sr. Presidente, que a massa republicana está alheada do Governo, porque a sua acção anda apenas em volta de negócios, que não representam de íorma alguma as aspirações nacionais o não traduzem o sentimento republicano indispensável para reconciliar a República com a Nação.

Em meu entender, é indispensável chamar essa opinião com confiança e fé, que só podo ser dada pela fó republicana dos Governos o Parlamentos .

Sr. Presidente : a dúbia moralidade que tomaram as classes do país por virtude da guerra e de outras circunstâncias, auferindo interesses ilegítimos, que devem queimar as mãos daqueles que os tem, quer por meio do comércio clandestino, quer om fornecimentos com o Estado., pa-

rece-me que se estende também a uma parte dos. partidos.

O Sr. Vitoríno Guimarães:—Só V. Ex.a é que ficou livre da mácula.

O Orador:—Pelo menos em mini ninguém fala.

Mas, Sr. Presidente, o que é indispensável é que dignifiquemos a República, chamando a nós essa massa republicana, que como já disse, está alheada do Governo.

Apenas tinha a comunicar a nomeação e demissão dos respectivos Ministros, por observância às praxes parlamentares; mais nada.

Assim, fica apenas, das declarações do Sr. Presidente do Ministério, para toda a alma republicana portuguesa, um sentimento profundo de desconfiança absoluta nos actuais homens do Governo, de desconfiança quási hostil em relação a esses homens que tom dado provas de ignorância e, diga-se a palavra, de insuficiência. E quási dos meus lábios cai a declaração de que, em observância dos princípios que sempre nortearam o Partido Liberal e qu^ o bão-de nortear, sempre que se trate da defesa da República e da ordem pública, de que este Governo não nos merece confiança absolutamente nenhuma,-e há-de levar-nos fatalmente subjugados ao seu lado, na sua marcha, porque não temos remédio senão apoiá-lo para a manutenção da ordem e defesa da República.

Faço esta declaração, porque tenho medo que este Governo, quê tanto empe-' nho mostra em continuar nas cadeiras do poder, consciente ou inconscientemente, nos fale amanhã numa questão de ordem pública ou nova questão internacional para ficar no poder. (Apoiados}.

O orador não reviu.

O Sr. Júlio Martins: —Sr. Presidente: o Sr. Sá Cardoso, Presidente do Ministério, dcspediu-so dê nós antes das férias parlamentares com o seu Governo intacto.

Durante as férias parlamentares começaram os órgão da imprensa a afirmar que o Governo do Sr. Sá Cardoso se encontrava em cri só.