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Diário da Câmara dos Deputado»

Sob os outros pontos de vista, eu pre-gunto qual tem sido a orientação do actual Ministério. Exactamente a mesma que imperou no Ministério da Agricultura: insuficiência, desleixo, incúria.

^Depois, qual é a nossa situação internacional? Eu tenho pelo ilustre titular da pasta dos Negócios Estrangeiros a maior consideração, mas isso não me impede de afirmar que sob o ponto de vista da nossa situação internacional nós vivejnos no mais completo e incompreensível silêncio.

Quando Ministro1,eu tive ocasião de verificar que o Governo foi qnási obrigado íi realizar as eleições para Deputados, a fim de se podor discutir o Tratado da Paz. Pois vão já passados seis meses e esse Tratado ainda se não discutiu. Só agora elo nos foi apresentado e mesmo assrTi sem relatório, sem Licro Branco .sem nada.

Além disso, temos na Conferência da Paz, como nosso representante uma criatura que ó uma esperança do partido a que pertence o Governo, mas eu não -sei o que por lá se tem feito.

Como representantes do país nós temos o direito, nós temos a obrigação de saber o que se faz na nossa Conferência da Paz, e ela é bem grande, é enorme, dir-se-ia até que parece que a República está em Paris e que a Conferência da Paz é que está em Lisboa.

Isto nSo pode continuar assim. (Apoiados).

A orientação do Governo sob este ponto de vista é espantosa.

'JSTôs não sabemos o que se passa na Conferência da Paz e somos um País pequeno demais para termos lá uma representação tam'extensa. (Apoiados).

Sr. Presidente: no resto do Governo há a mesma incompetência, a mesma inércia, a mesma ignorância e -silêncio.

Eu pregunto ao Sr.. Sá Cardoso se S. Ex.a não fez o seu exame de consciência, se não vê que em volta da sua obra se faz o vácuo completo.

Recomposto o Gabinete do Sr. Sá Cardoso, açodo ao espírito preguntar-se quais os motivos porque os Ministros saíram.

Não qiieríam lá estar, diz-no o Sr. Sá Cardoso. ^ Então abre-se nma criseporque os Ministros não querem estar no Poder? Então o Parlamento n'ão tem o di-

reito de saber o motivo de tal resolução?

Houvo certamente motivo? fortes para que os Ministros saíssem, ou então não havoria nenhnns, visto que os outros que se conservaram, tinham os mesmos,

^Quem foi para a pasta das Finanças?

O Sr. António Maria da Silva. Eu tenho por este senhor — e S. Es.a sabe-o muito bem — o maior respeito,, consideração, estima e admiração.

Mas S. Ex.a errou.

Não é este o seu momento.

S.-Es.a já está a sentir o peso duma opinião a acabrunhá-lo.

O Sr. António Maria da Silva considerado como bolchemsta do Partido Democrático, considerado eomo radicalís-simo no seu. Partido, chegando os órgãos da imprensa a proclamar a sua eliminação, até quási que física, S. Ex.a aparece neste momento' turibulado e incensado como uma criatura salvadora deste país, audaz, com todas as boas qualidades.

Ontem S. Ex.íl era uiu perigo para a . República e para todas as classes, e de repente transformou-se por completo, estabelecendo uma atmosfera de tanta simpatia, tam carinhosa, tron fraternal.

Eu não sei o que isto significa, mas eu digo-lhe que desconfie de tais amigos,

Nós cá~ estamos.

Eu não acredito na obra de S. Ex.a

Não acredito que S. Ex.a tenha neste momento um plano de realizações capaz de fazer singrar este país com processos políticos diferentes.

& certo que V. Ex.a já teve o condão de transformar o Ministério numa espécie • de Ministério da zarzuela La Verbena de Ia Paloma.

O Ministério antes de recomposto des-comprimia-se'; depois de recomposto comprime-se.

Parece o diálogo da tal zarzuela:

«Usted • quando namora Ia rubia unas veces se comprime., outras vecesnon.., j>.