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Setsâio de 6 e 7 cie Janeiro de, 1920

O Sr. Rovitco Garcia: — O. que- é certo é que nós não lhe damos apoio. •.

O Orador:—Não precisamos do apoio das oposições. Seria caso extraordinário uin Governo viver do opoio das oposições. Os Governos tom de viver do apoio das maiorias. O apoio das oposiçQes é favor que se agradece, mas não é obrigação.

Vou ler à Câmara o relatório do Sr. Velhinho Correia:

«Procurámos ouvir sobre-o problema os Ex.mos Ministros' das Finanças e do Comércio e Comunicações e o Ex'.mo Presidente do Ministério.

A questão, para S. Ex.as, era uma questão puramente aberta. O que era essencial era resolver o problema com a possível urgência. A proposta do Governo poderia ser tomada como um ponto de partida para essa resolução. Tinha, evidentemente, a sua matéria • de ser apreciada e discutida, mas o Governo não. fazia questão da solução que o Parlamento desse ao problema.

S. Ex.a o Ministro das Finanças foi mais longe, dizendo-nos que só desejaria intervir quando a comissão, ou o seu relator, tivesse elaborado uma minuta que pudesse servir de base para a discussão. Até lá abstinha-se de ir além do'exposto na sua proposta de lei, não desejando influir, em quem quere que íôsse, antes do tempo preciso para cada um se apoderar do problema, que era realmente vasto e complexo.

Com plena liberdade, portanto, abordámos o estudo da proposta, colhendo todos os elementos possíveis para orientar o problema no sentido que nos parecesse rnais conveniente aos altos interesses do país e das colónias».

O Sr. Júlio; Martins.: —

O Orador: — A comissão encarregada de elaborar o parecer julgou-se habilitada, tondo-lhe o ST. Ministro das Finanças, om diversas' conferências, fornecido variadrssinios esclarecimentos.,..

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O Sr. Júlio Martins: — Mas não os forneceu à Câmara!. . .

O Sv. Ministro do Comércio e Comunicações (Ernesto Navarro): — j O relatório foi distribuído pelos Srs. Deputados!

O Sr. Júlio Martins:—A comissão nomeada polo Govôrao deu a sua opinião, sem esperar pela resposta das entidades devidas.

O Orador:—As interrupções feitas amavelmente não me incomodam, mas a verdade é que> prejudicam a seqíiGncia da minha exposição.

Foi também o Governo acusado de inércia e de nada ter feito. Procurando, porém, ver o que se passa nos outros países-, verifico esta cousa extraordinária, qtre,'de resto, já vi confirmada algures.

PerdÕem-me V. Ex.a3 Mar de estadistas estrangeiros, pois por modo algum me quero comparar a' Lloyd George, Clémenceau ou Nitri, que o Sr. Eamada Curto invocou para fazer ressaltar a inferioridade da figura do Presidente do Gov6rno português.

A crise que .assoberba hoje todos os países veio encontrar absolutamente desprevenidos os estadistas, não estando ninguém preparado para assumir as res-ponsabilidades da situação tremenda criada pela guerra. E assim se explica que todos os países procedessem corno hoje se está procedendo em Portugal.

jii certo que se não tomaram medidas durante a guerra, mas não sou eu o culpado. E nos outros países? S6 agora é que falou o Ministro da França, só há poucos dias é que falou Nitti, só recentemente falou Llo)^d George, tendo ganho os meses transactos em estudar cautelosamente a situação a fim de apresentarem medidas ateis o profícuas.

Que eu não trouxe nada ao Parlamento, disse-se.