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Agora o que tenho a dizer e a afirmar bem alto e em bom som que não foi propositadamente que o lacto se deu. Foi casualmente.

" Pedi ao Sr. Presidente da Kepública que me marcasse uma audiência para lhe apresentar o novo Ministro das Colónias, Sr. Álvaro de Castro. S. Ex.a marcou as catorze horas, e como o Parlamento, em regra, não sei se bem se mal, nunca abre as. suas sessões .senão cerca das quinze horas e trinta minutos, calculei que tinha tempo de ir a Belêin apresentar o Sr. Ministro das Colónias e assistir em seguida àquele acto que é sempre vulgar fazer — e em que há um pouco de coração — a posse do novo Ministro.

Contra a minha vontade, a posse a que assistiu o Governo, em virtude da numerosa concorrência, demorou mais do que o tempo que era de esperar.

Tendo talado muitas pessoas, vem esperava a cada momento que acabasse esse acto.

Quando reconheci que era o momento de' abrir a sessão, quinze horas e trinta minutos, e que já não podia chegar a tempo, meti-me no automóvel e dirigi-me ao Parlamento.

Não esperava, em primeiro lugar, apenas chegar à Câmara, dar estas explicações, pela simples razão de que nunca podia supor que o Sr. Brito Camacho atribuísse a minha falta a malévolas intenções— de mim, que faço parte desta casa do Parlamento como Deputado.

Tenho dado bastas provas de que tenho pelo Parlamento aquele respeito mútuo que deve haver da parte do Governo pelo Parlamento.

Foi um acto inconsiderado, e por esse acto eu tenho de apresentar as minhas desculpas. Protesto contra o facto de a S. Ex.a poder passar pela cabeça de que podia ter havido a menor desconsideração para com o Parlamento, mas penaliza-me o facto de ter sido o Sr. Brito Camacho que o fizesse.

Devo dizer, sem por sombras o querer melindrar, que, com as suas palavras, o Sr. Brito Camacho apenas procurou nesta sessão tirar efeito político. (Apoiados],

Eu não posso acreditar que S. Ex.a tenha o direito de falar em prerrogativas se já foi solidário com todas as violências praticadas contra o Parlamento.

Diário da Câmara dos Deputados

Eu não posso acreditar, repito, que S. Ex.a, convictamcnte,- mo julgasse capaz de o desconsiderar pessoalmente na Câmara.

E por isso digo que, foi mais para efeito político do que com outro fim, que S. Ex.íl assim falou Vou pôr à prova S. Ex.a, porque o fecho do seu discurso, desistindo da palavra, 'foi só o pretexto .para não falar sobre a crise. Poço-lhe que desista do seu propósito e que fale, porque me dará muito prazer em o ouvir e, mais do que isso, exijo-o até: faça-o por prova de consideração pessoal:. retome a palíivra. (Apoiados].

Tenho dito.

O Sr. Ramada Curto : — Sr. Presidente: tenho de fazer uma declaração pelo facto de ter ontem saído da sala antes do Sr. Presidente do Ministério ter usado da palavra. Cumpre-me declarar que, se o fiz, não foi por monos consideração para com o Sr. Presidente do Ministério, tanto mais que me cumpria ouvir a resposta com quo S. Ex.a me honrasse.

Hoje leio nos jornais que S. Ex.a declarara que eu tinha/cito um ataque pés-

~~ """ *" "Õ*N-"""-"'

[Diante desta declaração devo dizer que ela representa uma injustiça formidável!

Invoco o testemunho de V. Ex.a, Sr. Presidente; invoco o testemunho de toda a Câmara para todas as passagens do me^u discurso, em que tive sempre a máxima consideração pessoal por S. Ex.a, pois que o ataque que fiz foi ao político e não ao homem.

Eu nem mesmo, numa passagem do discurso do Sr. Presidente do Ministério, em que S. Ex.a, por uma maneira inédita e absurda, disse que eu frequentava as capas de Jogo, nem nessa ocasião, em que eu podia ser áspero e cruel, nem mesmo então, em que eu poderia ferir S. Ex.% lhe respondi pessoalmente.