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Diário da Câmara doa Deputados

Assim, temos ou não o direito de nos insurgirmos contra a obra deste Governo, e temos ou não a obrigação de suspeitar que a obra a realizar pelo actual Governo, apesar da recomposição que sofreu, seja uma obra de espera, de empate, de inércia ?

Vo^es : — Já está, já está!

O Orador: — O que pensa o Governo do empréstimo interno.? O que pensa o Governo do empréstimo externo? Quais são os elementos para a negociação desses empréstimos ? Onde está o plano de realizações imediatas que pode dar confiança aos homens que entregam os seus dinhei-ros ao Estado?

O Sr. S/i riarrlnsir» não responde, nada

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diz, continua silencioso, muito contente por se encontrar novamente no Governo com três ilustres correligionários, dos. niais altos, dos mais representativos do seu partido.

O Sr. Estêvão Pimentel: — Vão fazer uma linda figura.

O Orador: — Não estamos aqui exclusivamente com o propósito de fazer oposição aos homens que ocupam o Poder. Estamos aqui no legítimo direito de pre-guntar aos homens do Governo se conhecem, ou não, a atmosfera que os rodeia, sevnão sentem qne a opinião pública está inteiramente divorciada do actual Governo, por ter durante seis meses demonstrado qualidades administrativas nulas.

Eu pregunto se nós aqui, gritando ao país o perigo que existe deste Governo se encontrar no Poder, temos, ou não, o dever de continuar numa oposição forte, decidida, sem que essa oposição vá ao ponto de não colaborar com ele desde que nos apresente 'medidas intorpretati-vas do fomento nacional.

^ías. assim, não pode continuar. O Governo, não está para experiências. O País quer ver resolvida a sua crise nacional

' e não se importa que continui a crise do partido democrático. (Apoiado*). Tenho dito.

Vozes : — Muito bem.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, guando restituir as notas taquigrafíças que lhe foram enviadas 4

O Sr. Presidente do Ministério (Sá Cardoso): — Sr. Presidente: ouvi o discurso que o Sr. Júlio Martins hoje proferiu pela segunda vez, visto que já o tinha ouvido ontem. Por consequência, se eu fosse a responder teria forçosamente de reproduzir a resposta que ontem lhe dei. Chamou no emtanto S. Ex.a a minha atenção para uma pré* gunta que ontem me fizera e não ob-teT«e resposta.

Desejava S. Ex.a saber duas cousas; primeira: por que é que tinha sido distribuído o Tratado da Paz sem ser acompanhado do relfl.tório. Tenho a dizer que o-Tratado da Paz foi distribuído em português, como já tinha sido distribuído em francês, sendo essa distribuição feita para que S. Es.''1* &y pudessem assenhorear do assunto, mas não foi o tratado apresentado oficialmente; possivelmente nestes dias próximos, o Sr. Ministro dos Estrangeiros o apresenterá fazendo-o acompanhar do respectivo relatório que já está elaborado.

Segundo: o que se passa na Confeiên-cia da Paz. Seria efectivamente extraordinário que viesse a esta Câmara, em retalhos, o que se passa na Conferência da Paz. Naturalmente o presidente dessa comissão elaborará, e eu sei que está elaborando, o seu relatório, e logo que o Sr. Ministro dos Estrangeiros o receba, dará conta à Câmara do que haja passado.

De resto, parece-me que a questão está julgada. Não acho rasoável que, numa apresentação de ministros, se vá além das medidas de carácter geral que defi-, nam a orientação do Governo.