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S. Ex.a, que até agora não pôde realizar a obra que havia prometido, não é pelo facto de meter no Ministério os Srs. António Maria da Silva e Álvaro de Castro, indigitado alto comissário de Moçambique, que há-de melhorar a situação. (Apoiados).

Não são S. Ex.as, como fazendo parte dum partido, que hão-de agora vir salvar o país das dificuldades em que se debate. (Apoiados).

Se a República continuar no caminho que segue, terá contra ela todas as reacções políticas que. possam, porventura, erguer .-se. (Apoiados).

Eu, neste momento, não posso ter a veleidade do querer sentar-me nas cadeiras do poder, eu que lá fora ando propagando doutrinas de Governo do grupo que represento aqui, digo ao Governo, com toda a sinceridade, que -tem aqui uma oposição forte,-uma fiscalização rigorosa, porque sentimos dentro de nós o amor estremecido da República.

Oneremos um fí-ovArno honesto, ous

-' * J.

poulia de parte as fórmulas velhas do passado: queremos homens com ideas, que façam transformações radicais e completas nos processos de aujiiiuisirar o país.

. Se estão resolvidos a serem Governo contra os proprietários que não cultivam ôs^terrenos : se estão resolvidos a realizar no poder os princípios de ordem proclamados, de maneira a assegurar nos espíritos" a tranquilidade, não prometemos ingressar no Partido Democrático, mas daremos a nossa colaboração ao seu Governo.

Mas não. Não têm força, não têm coragem para realizar estas aspirações no poder. (Apoiados}.

Têm de se ir embora, porquanto a continuação do Partido 'Democrático no poder, o facto dele estar à frente do poder, cria neste país uma atmosfera do revolta, abala-o profundamente, e esse abalo repercute-se no Terreiro do Paço, no Ministério, e V. Ex.a um dia pode cair do Governo, abandonado, o que é o menos, mas pode perigar a República, o que é o mâxinio.

Disse.

O Sr. João Gonçalves: — Não ouvi a exposição do plano apresentado pelo Sr.

Diário da Câmara dos Deputados

Presidente do Ministério para poder entrar nas apreciações devidas, mas, fosse qual fosse, nesta hora tremenda, o Go-vêrno' que se sentasse nessas cadeiras, teria sempre da minha parte o meu maior concurso, mas isto não obsta a que e« formule algumas preguntas que julgo» necessárias sobre o nosso funcionalismo público.

Emquanto uma parte do nosso funcionalismo passa íome, outra passeia em automóvel em larga orgia.

Desejo que V. Ex.:i me diga o que pensa sobre a equiparação dos vencimen-(tos dos funcionários públicos, administrativos e dos tesoureiros de finanças.

Eu sei que S. Ex.a me virá dizer que isto trará largas despesas e encargos para o Tesouro, mas tambOni não é admissível que uns passem fome e que outros vivam à larga.

Um país em que a torça parte das suas receitas é absorvida pela força armada é um país em perigo.

O P/irnne Automóvel Militar precisa de ser reduzido e diz-se que o Parque de Aviação vai ser aumentado.

Mas para que tanto aumento?

DeverAOs cortar íudiis as despesas e s6 depois é que podemos exigir do país sacrifícios.

K indispensável reduz"r a nossa representação no estrangeiro.

O Sr. Cunha Liai (interrompendo): — E a gente não sabe quando é que se Ih© paga e porque se paga de Junho em diante, visto terem sido suprimidas as despesas ocasionadas pelo estado d© guerra.

O Orador: — Só depois de se cortar o que se deve cortar ó que S. Ex.a e c> Governo deve pensar sobre os sacrifícios que o País deve fazer, e para isso é necessário que não nos esqueçamos, neiu nos afastemos daqupla célebre administração que pregamos no tempo da monarquia.