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Eu sei. Sr. Presidente, e peço aV.Ex.a a sua atenção, que havia por exomplo nos açores uma base. naval americana que tinha a sua instalação completa. Quando se chegou ao fim da guerra e veio o armistício os americanos começaram a levantar a sua base naval oferecendo ao Governo poríuguês a baixo preço toda a sua instalação que era magnifica, como tive ocasião de verificar.

O Sr. Manuel José da Silva (Oliveira dexAzeméis):—POÍN, segundo me consta, muito do material da instalação americana que estava nos Açores não prestava para nada.

O Orador: — Algum desse material poderia não prestar mas estava a instalação feita como os americanos costumam fazer as suas instalações. Ofereciam essa instalação magnífica por 110 contos, sendo 75:000 dolars pela instalação e 22:000 dolars por duas vedetas magnificas que faziam parte do material, completam ente novas, acabadas de chegar dos Estados Unidos da Ainérica. Era verdadeiramente baratíssima, escusando de se gastar nada que se parecesse com 1:800 contos. Era uma boa operação para o país americano e sobretudo para Portugal. Pois não se fez essa compra; e lá andamos nós a derreter 1:800 contos, e digo derreter porque até hoje não apareceu^ ada, não há contas mas também não há material.

Outro ponto interessante e que mostra5 a critério que tem presidido a esta quês tão de aeronáutica é o celebre raia Lis-boa-Eio. Meteu-se-nos em cabeça competir com estes dois grandes países América e Inglaterra.

Sabe V. Ex.a e sabe a Câmara como se realizou o raid América do Norte-Eu-ropa.

Partiram da Terra Nova quatro aviões dos melhores quo a indústria americana poderia produzir e desses quatro aviões chegou um ao continente.

Em Portugal lançou-se a idea dum raid Lisboa-Rio e embora muita gente a recebesse à gargalhada, o que é certo é que e&sa idea não se perdeu.

Nós temos um 'material de tal sorte que ainda há pouco, como V. Ex.a se lembra, quando da greve telégrafo-postal,

Diário da Cà-mara dos Deputados

fazendo-se apenas uma ligação de transporte entre o norte e a capital se deu a tremenda catástrofe que todos nós lamentamos, perdendo-se o avião e os seus tripulantes.

j Aqui está, Sr. Presidente, o que é a nossa aeronáutica!

Após a despesa de tantos contos de réis nada temos que .preste.

Relativamente aos Açores há um caso muito interessante.

Os nossos representantes no tempo do dezombrismo entenderam neutralizar os Açores.

Apóè a queda do dezembrismo e restabelecidas as rchiçDtí». com todos os outros países e tendo desaparecido o germanofi-lismo, os nossos delegados à Conferência da Paz novamente abordararii o assunto e insurgindo-se contra a neutralização dos Açores conseguiram que essa parte de território "fosse colocado na regra geral da aereonáutica.

E felizmente o que ali vCm agora. Temos, .portanto, que os Açores estão incluídos nas regras e convenção internacionais. t

Notarei que acho da máxima urgência que a Câmara tomp a iniciativa de preparar a disposição necessária, para que sejam nomeadas comissões de aeronáutica nas duas casas do Parlamento.

Observo que esta diversidade de critérios, em assuntos de aeronáutica, é devido em grande parte à mudança quási mensal que tem havido de Ministérios.

Portanto, entendo que é da máxima conveniência e urgência que se nomeiem essas comissões de aeronáutica, para que pessamos fazer transitar por ela as questões que se ligam a este assunto, a fim de não continuarmos a esbanjar dinheiro loucamente, sem nenhum proveito para o país.

E necessário que' façamos aeronáutica, mas dentro das boas regras do aproveitamento e utilidade dos dinheiros públicos. Doutra fornia não é de receber qualquer espécie de despesa neste assunto.

O orador não reviu.