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Sessão de 28 de Abril de Í980

prontos a manter a ordem e a defender a República, j Só se lembram dos sargentos nas horas de perigo para as instituições! Mais nada.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (António Maria Baptista):— Sr. Presidente: acabei de .ouvir o meu ilustre amigo, Dr. Afonso de Macedo ...

0_ Sr. Afonso de Macedo: — Doutor, não sou! É favor de V. Ex.a Talvez que um dia ainda venha a ser....

O Orador: — Acompanho S. Ex.a na defesa calorosa que fez dos sargentos do exército português, com todfo o calor e expressão da minha alma. E ela verdadeira, é ela cheia de razão, de justiça. Ninguém mais do que eu estima a classe dos sargentos, ninguém mais do que eu lhe tem da$o provas de consideração e de dedicação, apresentando essa classe como exemplo vivo quer no trabalho militar, quer na defesa da República. Não posso, portanto, admitir que alguém, seja quem íôr, duvide da minha alta consideração pela classe dos sargentos.

O Sr. Afonso de Macedo sabe perfeitamente as circunstâncias económicas em que o país se encontra. O Governo, na publicação do decroto silbre as ajudas de custo de vida, tinha de adoptar o sistema mais económico.

Nem todos os funcionários do Estado foram abrangidos pelo decreto. Será isto injustiça? Não.

Nesta hora os verdadeiros republicanos alguns sacrifícios devem fazer pela República.

A verdade é que, entre nós, o sargento vem para constituir família,-ao passo que nos outros países o sargento prepara-se para a constituir. O segundo sargento poderá ganhar o que S. Ex.a disse, mas o primeiro sargento ganha muito mais. Primeiros sargentos há que, com todas as gratificações, recebem mais do que um alferes. .

Se déssemos aos sargentos 40$ de ajuda de custo da vida, ficariam com mais do que os oficiais, e é bom, ó mesmo indispensável na vida militar, arranjar as cousas do forma que fiquem ressalvadas

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As outras gratificações que foram dadas aos sargentos, concederam-se-lhes em virtude da greve dos empregados públicos, assentando-se nos princípios, que esta Câmara aceitou, duma proposta apresentada pelo Governo que antecedeu Q meu.

E preciso não perder de vista, também, que as classes inactivas não receberam nem um centavo para a ajuda de custo de vida, assim como os adidos, e se nós tomássemos este facto para chegarmos a uma conclusão, teríamos de concordar que muitas injustiças se praticaram.

Este Governo tomou conta do Poder numa situação económica que era a mais deplorável que pode imaginar-se. Toda a gente dizia que Portugal não podia salvar-se, que tinha chegado aos seus últimos dias.

Tivemos de resolver essas questões todas sobre o joelho, sem o auxílio dum único empregado público, e o qup tivemos em vista foi resolver a greve dos te-légrafo-postais e funcionários públicos, conforme tacitamente nos era indicado pelo Parlamento, que tinha aceitado a proposta dos 40$ a cada empregado, indistintamente.

Depois impressionava-me que essas classes que estavam em actividade do serviço, às quais se estava a pedir o concurso para defesa da ordem ficassem absolutamente esquecidas.

Evidentemonto que n3o. Havemos de estabelecer de futuro uma regra equitativa para tudo e para todos, dontro dos limites das nossas forças económicas.

V. Ex.a, Sr. Afonso do Macedo, não está no Governo. Este ó que tem a responsabilidade da administração pública e a incumbência de olhar por todos os di-nhciros do Estado. Apresentaremos o nosso orçamento e então, depois de ver as receitas e as despesas, organizaremos o saneamento financeiro.