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Sessão de 28 de Abril de 1920

Se assim não fosse ou não viria di-zê-lo para o Parlamento.

O Orador:—V. Ex.a está enganado, um sargento ajudante ganha cerca de 128$, isto conforme me é dito também pelo Sr. Ministro da Guerra.

O Sr. Afonso de Macedo: —V. Ex.a há--de permitir que lhe diga que não ó assim.

Um sargento ajudante ganha oitenta e tantos escudos como já afirmei.

O Orador:—V. Ex.a está enganado, ' havendo ainda uma pequena diferença de Lisboa para a província, e noto V. Ex.a que há alferes que ganham apenas 35$.

Pode V. Ex.a estar corto de que o Governo está estudando o assunto e em breve deverá trazer ao Parlamento um projecto regulando este caso.

Projecto de lei por projecta de lei, é melhor que se traga aqui aquele que regulamenta definitivamente a questão.

O Sr. Afonso de Macedo : — Mas não se trata dum projecto de lei e apenas duma simples circular.

O Orador: — Eu não posso-por uma circular aumentar as despesas do Estado em milhares do contos; e as necessidades das praças não são tarn grandes que não possam esperar algum tempo até que se resolva a questão definitivamente. E aí é que elas podem mostrar o seu amor à República.

O Sr. Afonso de Macedo :— j Os que são republicanos já o mostraram!

O Orador:—Eu sei bem os que são republicanos e os que não o são.

Há bastantes republicanos, mas infelizmente também há monárquicos.

E quando se faz o benefício dum ace-leramento de promoções, infelizmente ele vai cair em muitos monárquicos e em poucos republicanos. (Apoiados].

De modo que, Sr. Presidente, é preciso regulamentar a questão de maneira que não se vá alterar a disciplina e se fique numa proporção que sempre se tem respeitado e seguido no exército, que é a proporção hierárquica.

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O Sr. Afonso de Macedo :—£ Mas porque não se fez o mesmo para com os funcionários civis?

O Orador: — O Governo publicou um, decreto em ditadura, para acabar com uma situação anormal, mas cingindo-se a uma base que lhe apresentaram e que já tinha sido indicada pelo Parlamento.

Eu por mim. direi: sargentos do exército português, eu sofri como nenhum de vós sofreu, e nunca pedi nada à República.

O Sr. Afonso de Macedo:—j Mas eles não podem viver - hoje com o que ganham !

O Orador:—Isso é motivado muitas vezes pelo seguinte: os sargentos muitas vezes contraem encargos de família, antes .de o poderem fazer.

Eu posso citar a V. Ex.a muitos casos que nos .mostram que os sargentos do exército „ vivem hoje em situação muito melhor e mais desafogada do que viviam os sargentos antigamente, e em todo o caso eles foram sempre o símbolo da lial-dade, do valor e da disciplina.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: — É a hora de se passar à ordem do dia. . Os Sr. Deputados que tein documentos a enviar para a Mesa, podem fazê-lo.

O Sr. Presidente: — Vai passar-se à ORDEM DO DIA

Continuação da interpelação do Sr. Costa Júnior ao Sr. Ministro da Agricultara

O Sr. Júlio Martins:—Sr. Presidente: ea não queria entrar mais na discussão deste assunto, tanto mais que já tinha feito as minhas considerações, mas vejo--me obrigado a isso em virtude de várias considerações que se fizeram no decorrer do debate.