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Diário da Câmara dos Deputados

mento, que envolve a Política, que envolve a Eepública e que envolve o País.

Sr. Presidente: sejam quem forem, os eus nomes que sejam trazidos aqui, porque quero saber quem são os políticos que se encontram nos cofres íortes da moagem, para de lá serem arrancados pelas orelhas e expostos perante o País.

Deixemo-nos de suspeições vagas que envolvam o prestígio do Parlamento e digam-se os nomes dos culpados, se os há.

Venha tudo, absolutamente tudo.

Queremos ver qual foi a acção da comissão de inquérito ao Ministério das Subsistências, qual o seu critério e quais os crimes que devem ser -atribuídos aos Deputados a que V. Ex.a vagamente se referiu.

A comissão há-de responder e eu digo ao Parlamento do m^u País, que, em-quanto este assunto não estiver inteiramente esclarecido, paira sobre todos nós uma atmosfera de suspeição.

Tenho dito.

O discurso será publicado na Integra, revisto pelo orador, quando devolver as notas taquigráficas que lhe f oram enviadas.

Sr. João Gonçalves.

O Sr. Vaz Guedes: — Eu tinha pedido a palavra; e como Presidente da comissão parece que devo ter preferência no uso dela.

O Sr. João Gonçalves : — É melhor falar primeiro o Sr. Vaz Guedes.

O Sr. Presidente:—Tem então V. Ex.a a palavra.

O Sr. Vaz Guedes: — Sr. Presidente: chamado hoje à responsabilidàdes das afirmações que proferi na última sessão em •que usei da palavra, como presidente da comissão de inquérito ao Ministério dos .Abastecimentos, apresso-me em vir dar à Câmara as explicações imediatas e cabais que entendo, ela está no pleno uso do seu direito exigir.

A comissão parlamentar de inquérito ao Ministério dos Abastecimentos podia entender que a Câmara dando-lhe uma confiança inéxgotável, ia honrando-se no seu procedimento, tacitamente sancionando o que ela ia fazendo.

Ora, Sr. Presidente, tinha ficado assente que os incriminados à medida que fossem averiguadas as suas responsabilidàdes, iriam sendo enviados ao Poder Judicial com a indicação das irregularidades praticadas, que embora não. constassem do Código Penal, merecessem reparos ou reprovação, por serem julgados atentatórios da boa moral.

Disse no começo das minhas considerações que vários assuntos se destacam no inquérito, como seja o processo do arroz, 'e o relativo a dois Ministros que foram enviados ao tribunal.

Com relação ao- processo do arroz, a questão foi aqui largamente debatida, e francamente, não sei o que significa, o que disse o Sr. Júlio Martins meu prezado amigo e colega, quando se referiu ao mandato imperativo da comissão.

O Sr. Júlio Martins;—V. Ex.a disse há pouco que a questão tinha sido aqui largamente debatida; mas o que V. Ex.a devia ter feito era estudá-la bem, examinando todos" os documentos e dar a sua opinião sobre a matéria criminal, se porventura ela se encontrasse . . .

O Orador: — Ora muito bem, mas Sr. Júlio Martins, falemos claro.

Estudada já a questão estava; e não sei para que mandar a questão novamente para a comissão para ela estudar.

Mas, estudar o quê?

O Sr. Júlio Martins: — 4Mas V. Ex.a agora é que defende essa doutrina?

0 Orador: — Eu peço ao Sr. Júlio Martins que quando me quiser interromper o faça por partes porque eu vou explicando-me.

1 Então V. Ex.as não sabem que a in vestigação é secreta?

Trocam-se apartes.

O Orador: — Assim.não posso falar. i Parece que V." Ex.as não querem que ou fale!

O que é certo é que a comissão não foi de parecer —no que respeita à questão do arroz— que existisse matéria criminal, mas encontrou matéria de culpa ou negligência.